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10/11/2022 -

CEJUC realiza acordo de regularização de moradia digna para 2.500 famílias na Semana Nacional de Conciliação na JFPI

CEJUC realiza acordo de regularização de moradia digna para 2.500 famílias na Semana Nacional de Conciliação na JFPI

Na Semana Nacional de Conciliação, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de 7 a 11 de novembro de 2022, o Centro Judiciário de Conciliação (CEJUC) da Justiça Federal do Piauí (JFPI) promove uma série de conciliações proporcionando aos jurisdicionados soluções consensuais de forma efetiva e mais célere.

Além dos mutirões de conciliação em processos previdenciários e dos movidos contra a Caixa Econômica Federal, houve a homologação de acordo para regularização da moradia de 2.500 famílias vulneráveis que vivem no Parque Universitário, e nas Vilas Madre Teresa e Padre Cícero.

O acordo foi celebrado no Círculo de Conciliação em Políticas Públicas entre a União, através da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), a Universidade Federal do Piauí (UFPI), o Município de Teresina e o Ministério Público Federal, nos processos 2004.40.00.000137-0 e 2004.40.00.003776-1, que tramitam na Justiça Federal há 18 anos e tinham como pedido inicial a reintegração da posse de uma área de aproximadamente 64 hectares, ocupada por cerca de 2.500 famílias.

A área era propriedade da União e a Universidade Federal do Piauí tinha o seu domínio útil, mas o despejo de milhares de famílias vulneráveis era desaconselhável e de difícil execução. O processo veio, então, para o Círculo de Conciliação em Políticas Públicas e, após 14 audiências de conciliação, com cronogramas de execução, o processo teve um desfecho: em razão da situação fática consolidada, a União fez a doação da área com encargo para o Município de Teresina, a fim de que as famílias carentes tivessem direito à propriedade da área ocupada e fossem realizadas intervenções de infraestrutura e urbanísticas para que a região se tornasse um bairro. Em seguida, o desafio foi registrar o imóvel em Cartório, uma vez que a área tinha inúmeras peculiaridades de difícil regularização.

Através da conciliação, foi possível estancar o problema, permitindo a liberação das áreas não ocupadas para que fossem utilizadas para finalidade pública. De outro lado, garantiu dignidade às famílias ocupantes, que passarão a ter um título que legitima a sua moradia.

Após muitas tratativas, o Município fez o cadastro socioeconômico das famílias com um relatório social elaborado de forma participativa com as comunidades envolvidas, editou lei municipal de regularização fundiária e regularizou a poligonal. Já a União fez a reversão da cessão, antes realizada em favor da UFPI, elaborou um aditivo do aforamento para a universidade e aprovou, pelos seus órgãos centrais em Brasília, o contrato de doação do imóvel com encargo.

Para obter este resultado, foi mobilizado um conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico já possui, sob a escolta do Judiciário, que impôs a cadência de ações necessárias para que o problema não se estendesse eternamente. Foi utilizada a possibilidade de conferir destinação social ao imóvel da União, nos termos da Lei 11.481/2007, respeitados os procedimentos administrativos pertinentes, com o objetivo de garantir publicidade e certeza às decisões adotadas.

Ao final, a conciliação se consubstanciou, juridicamente, na assinatura do contrato de doação com encargo firmado entre a União e o Município de Teresina-PI, sendo a esta última atribuída a tarefa de regularizar o título das famílias carentes, garantindo assim a solução do conflito posto nesses autos, tanto do ponto de vista jurídico quanto social, mediante a garantia do direito à moradia digna.


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