A Subseção Judiciária de Picos, por meio de decisão do juiz federal Nazareno Reis, indeferiu
liminar em mandado de segurança que pede a liberação de veículo ciclomotor apreendido pela
Polícia Rodoviária Federal por falta de registro no DETRAN. Ciclomotores são as motos com
potência de cilindrada igual ou inferior a 50 centímetros cúbicos e que não alcancem mais de
50 Km/h de velocidade.
O magistrado considerou, em sua decisão, que não tem plausibilidade jurídica a argumentação
segundo a qual os ciclomotores não estariam sujeitos a registro perante o DETRAN, uma vez
que o art. 120 do Código de Trânsito Brasileiro é expresso ao dizer que todo veículo
automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-reboque, deve ser registrado perante o órgão
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no Município de domicílio ou
residência de seu proprietário.
O juiz federal argumentou ainda que, embora o artigo 129 do Código de Trânsito Brasileiro,
em aparente contradição com o art. 120, afirme que o registro e o licenciamento dos veículos
de propulsão humana, dos ciclomotores e dos veículos de tração animal devem obedecer à
regulamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio ou residência de seus
proprietários, esse dispositivo específico não exclui a aplicação do art. 120, quanto aos
ciclomotores.
No pronunciamento judicial, considerou-se que os ciclomotores, popularmente conhecidos
como “cinquentinhas”, sendo veículos automotores (CTB, art. 96, I, “a”), quanto à tração,
estão necessariamente abrangidos pela regra geral do art. 120. “Apenas os veículos de
propulsão humana e de tração animal é que estão excluídos do registro no RENAVAM”,
ressaltou o juiz federal na decisão.
O magistrado destacou também o fato que “o próprio DETRAN/PI tem alertado os
condutores, na internet, sobre a necessidade de registro dos ciclomotores
(http://www.detran.pi.gov.br/index.php?pagina=noticia&id=165)”.