Até o próximo sábado (22), a Justiça Federal realiza 360 audiências por dia no Mutirão de Audiências da Subseção Judiciária de Picos. Ao total, serão 2.160 audiências, realizadas no Centro de Educação Profissional Petrônio Portela (PREMEN), bairro Canto da Várzea, em Picos.
“Eu trabalhei a vida toda na roça, desde pequena. Depois que essa hérnia na coluna apareceu, eu parei de trabalhar, porque sinto tanta dor que às vezes nem consigo me levantar. Faz um ano que tento ao auxílio-doença, mas o INSS negou. Por isso comecei um processo na Justiça e espero ter o benefício concedido”, declarou a lavradora Medianeira Catarina Dias, 44 anos, enquanto aguardava atendimento.
O Mutirão de Picos contempla ações com pedidos de benefícios como auxílio-doença, salário-maternidade, aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e benefício assistencial; e abrange jurisdicionados de 41 municípios da macrorregião de Picos.
Para o juiz federal Flávio Marcelo Sérvio Borges, coordenador do Mutirão, o evento é um esforço concentrado para a resolução de conflitos: “Nosso objetivo é conciliar. Mediar um acordo entre as partes. Quando isso não é possível, o juiz faz sentencia imediatamente. Ou seja, todos os processos são encerrados no Mutirão. Contamos com a participação de oito juízes federais e a presença de procuradores federais junto ao INSS e defensores públicos da União. Cada juiz atenderá, por dia, cerca de 180 pessoas, entre autores dos processos, testemunhas e advogados. Antes do Mutirão, fizemos reuniões com todas as instituições parceiras, para detalhar a forma de organização do evento e para garantir que os jurisdicionados sejam atendidos com rapidez e qualidade”, destacou.
Após o atendimento, Medianeira Catarina Dias resumiu o sentimento de ser contemplada pelo Mutirão: “Consegui o auxílio-doença, que vai em ajudar a comprar os remédios e a cuidar melhor da minha saúde. Mas hoje eu consegui mais do que isso: eu fui ouvida, meu direito foi garantido. Você trabalha a vida toda na roça para ter um dia como esse, em que você é visto como gente. Esse dinheiro pode até ser pouco para muitas pessoas, mas pra mim ele é a certeza de ter alimento todo dia; de poder comprar um medicamento sabendo que poderei pagar. E isso é uma felicidade que não se conta em valor”.
Texto e Edição: Viviane Bandeira – SECOS/PI
Teresina, 18 de novembro de 2014
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