Os bibliotecários das Seções Judiciárias do TRF1ª Região (TRF1) – SJAC, SJAM, SJAP, SJBA, SJGO, SJMA, SJMT, SJPA, SJPI, SJTO – participaram do 1º Encontro Nacional de Bibliotecas do Poder Judiciário (1º ENABIJUD), que ocorreu nos dias 16 e 17 de março, na Escola da Magistratura Federal (ESMAF), em Brasília. Organizado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por meio da Divisão de Gestão de Informação e Biblioteca (Digib) contou com apoio institucional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e dos Tribunais Superiores.
O evento reuniu membros da Rede Nacional de Bibliotecas Judiciárias (Bibliomemojus), criada a partir da experiência da rede Memojus Brasil, que congrega profissionais das áreas de arquivos, museus e bibliotecas do Poder Judiciário e de outros órgãos públicos. A Rede Bibliomemojus tem por objetivos principais: a) fomentar a interlocução e a colaboração entre profissionais de bibliotecas judiciárias de todo o país; b) incentivar a cooperação integrada entre as mesmas bibliotecas; c) ampliar o acesso à informação jurídica; d) fomentar a cultura da inovação e o aprimoramento da qualidade do atendimento e do tratamento dos acervos; e) preservar, valorizar e difundir a memória do Poder Judiciário.
Primeira a se pronunciar na abertura do evento, a diretora da biblioteca do TRF1, Marília Melo, ressaltou a necessidade de reconhecimento do papel crucial que as bibliotecas desempenham no Poder Judiciário. Para ela, não há como acessar uma informação técnica e confiável sem que ela seja devidamente analisada e tratada. As bibliotecas são guardiãs do conhecimento jurídico e desempenham papel essencial para garantir que os Tribunais sejam capazes de operar de maneira eficiente e eficaz: “À medida que avançamos para o futuro, nós bibliotecários devemos nos conscientizar da necessidade de inovar e de nos adaptar às mudanças do cenário relacionado à informação e à tecnologia”, defendeu.
Em seguida, a desembargadora Salise Sanchotene, conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e presidente da Comissão Permanente de Gestão Documental e Memória do Conselho, ressaltou a importância das bibliotecas na preservação e na disseminação do patrimônio cultural bibliográfico do Poder Judiciário e da memória institucional. Afirmou que as bibliotecas do Judiciário, por meio de suas equipes, são vetores fundamentais da memória, da inovação e do planejamento dos órgãos do Poder Judiciário. Por sua vez, o juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo, Carlos Alexandre Böttcher, coordenador da rede BIBLIOMEMOJUS, destacou a contribuição do evento para a capacitação dos servidores das bibliotecas do Poder Judiciário. Ele ainda reforçou a relevância das funções deles para a atividade jurisdicional e, ainda, nas ações de memória, inovação e implementação dos objetivos da Agenda 2030.
A palestra inaugural ficou por conta do desembargador federal Ney Bello, que baseou sua fala em metáforas das obras do célebre escritor Jorge Luis Borges, como “A Biblioteca de Babel”, “Funes, o Memorioso” e “O Aleph”. A partir dessas metáforas, o desembargador federal falou sobre diversas necessidades que enxerga no tempo que corre. Após a sua explanação, o primeiro ciclo de atividades do evento foi encerrado com a palestra do professor americano David Lankes. Ele apresentou uma visão sobre as bibliotecas enquanto agentes de democracia. Entre as funções estão: ser uma biblioteca para o público; preparar os bibliotecários como facilitadores em conversas democráticas; confrontar diretamente a desinformação; e fomentar a inovação na comunidade.
Durante o evento, foram evidenciados quatro dispositivos do CNJ que fortalecem e incentivam as atividades das bibliotecas judiciárias, como a Resolução CNJ nº 316/2020, a Resolução CNJ nº 324/2020 e a Resolução CNJ nº. 429/2021 e o Manual de Gestão da Memória do Poder Judiciário, ferramenta desenvolvida no âmbito do Comitê do Proname (Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário).
Os trabalhos apresentados no evento contemplaram quatro eixos temáticos (Gestão, Biblioteca Digital, Memória e Agenda 2030 e Inovação) e realizaram-se por meio de atividades variadas. Destacaram-se os diversos painéis apresentados para discutir o papel das bibliotecas jurídicas na disponibilização de informação doutrinária, legislativa e jurisprudencial, bem como na organização e na gestão do conhecimento das instituições que representam. Uma das temáticas amplamente abordadas foi o uso de ferramentas de inteligência artificial, incluindo o CHAT GPT, para auxiliar os bibliotecários na organização dos repositórios institucionais. Foram também oportunizadas visitas às bibliotecas da Câmara dos Deputados, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Superior Tribunal Federal (STF).
O encontro foi muito importante para todos os bibliotecários, muitas novidades tecnológicas com o intuito de oferecer serviços e produtos com qualidade para seus usuários. O compartilhamento de recursos e de boas práticas é de fundamental importância para o crescimento equitativo de todas as bibliotecas que compõem a rede Bibliomemojus. “Não deixar ninguém para trás”, lema da Agenda 2030, foi um acontecimento memorável, destacou a bibliotecária Eliana Candeira Valois, responsável pelo Setor de Biblioteca da Seção Judiciária do Estado do Piauí (SJPI).