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23/04/2008 -

BC vê alta da renda e do crédito como riscos para inflação e promete 'prudência'

BC vê alta da renda e do crédito como riscos para inflação e promete 'prudência'

O Banco Central vê o avanço da renda e do crédito no país como fatores que impulsionam a demanda, podendo causar aumento da inflação. A instituição afirma que, por isso, continuará atuando com "prudência".

As afirmações estão presentes na ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. No encontro, realizado em 15 e 16 de abril, a entidade decidiu elevar de 11,25% ao ano para 11,75% a taxa básica de juros.

"O ritmo de expansão da demanda doméstica, que deve continuar sendo sustentado, entre outros fatores, pelas transferências fiscais e pelo crescimento da renda e do crédito, continua colocando riscos para a dinâmica inflacionária", diz a ata. Os sinais de aquecimento da atividade alimentam o risco para "a concretização de um cenário inflacionário benigno".

Para o Copom, "a persistência de descompasso importante entre o ritmo de expansão da demanda e da oferta agregadas tende a aumentar o risco para a dinâmica inflacionária".

Prudência
Quando o BC elevou a taxa de juros para 11,75% ao ano, na reunião do dia 16, emitiu nota afirmando que estava fazendo já em abril "parte relevante" do ajuste, o que contribuiria para reduzir a magnitude do ajuste total a ser implementado.

A afirmação foi confirmada na ata: "A atuação da política monetária tende a ser mais efetiva, atingindo seus objetivos com maior rapidez, quando a deterioração da dinâmica inflacionária está em seus estágios iniciais, do que quando esta se encontra consolidada".

Segundo a instituição, "a avaliação de decisões alternativas de política monetária deve concentrar-se, necessariamente, na análise do cenário prospectivo para a inflação e nos riscos a ele associados, em vez de privilegiar os valores correntes".

Nas últimas semanas, as expectativas de inflação do mercado para este ano e o próximo vêm aumentando, inclusive superando o centro da meta de 2008. A inflação corrente também vem se mantendo pressionada, mas sobretudo devido a fatores sazonais e aumentos de alimentos.

"Visando consolidar um ambiente de estabilidade e previsibilidade, o Copom adota uma estratégia que procura evitar uma trajetória inflacionária volátil. (...) A prudência passa a ter papel ainda mais importante, nesse processo", acrescentou o documento.

O comitê ressaltou que seus movimentos terão impacto sobretudo no segundo semestre deste ano e em 2009.


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