O ex-banqueiro Salvatore Cacciola deixou a prisão em Mônaco na manhã desta quarta-feira (16), sob a escolta de agentes da Polícia Federal. Cacciola foi de helicóptero até o aeroporto de Nice, na França. De lá ele segue para Paris, onde deve embarcar para o Brasil na tarde desta quarta.
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A transferência foi necessária porque o principado de Mônaco - onde Cacciola estava preso desde setembro do ano passado - não possui um aeroporto com capacidade necessária para aviões de grande porte.
O vôo de Cacciola terá o Rio de Janeiro como destino e deve chegar ao território nacional entre 5h e 7h desta quinta-feira (17). Ele será acompanhado por sete pessoas no avião, entre funcionários da PF e representantes do Ministério da Justiça. Segundo o G1 apurou, o ex-banqueiro deverá ficar detido na Polinter.
Pedido à ONU
Na segunda-feira, a Organização das Nações Unidas confirmou ter rejeitado oficialmente o apelo do ex-banqueiro para não ser extraditado. O relator especial da ONU para Tortura, Manfred Nowak, confirmou que não aceitou o recurso do ex-dono do Banco Marka.
Cacciola, em sua petição à ONU, alegou que não poderia ser extraditado com medo de ser torturado nas prisões brasileiras. A ONU, contudo, negou-se a impedir a extradição e o caso foi tratado como uma tentativa dos advogados de evitar a todo custo a ida de seu cliente ao Brasil. Os advogados se basearam no fato de que a ONU chegou à conclusão de que há tortura "generalizada" nas prisões do país.
Cacciola é procurado pela Justiça desde 2000, quando deixou o Brasil, via Paraguai, em direção à Itália. Em 2005, ele foi condenado, à revelia, no Brasil, a 13 anos de prisão por crimes de peculato - apropriação ilegal de recursos por funcionário público ou com auxílio de um - e gestão fraudulenta. A sentença diz que os Bancos Marka e FonteCindam deram R$ 1,5 bilhão de prejuízo à União durante a crise cambial de janeiro de 1999.