Jorge Félix elogia serviços prestados por Paulo Lacerda, afastado por Lula.
General depõe na CPI dos Grampos para explicar escutas contra STF.
O afastamento de Lacerda ocorreu devido à denúncia de que a Abin teria realizado grampos ilegais contra políticos e integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Foi aberta uma sindicância e só nos resta aguardar. Mas, reafirmo inteira confiança nos servidores afastados, em especial no doutor Paulo Lacerda”, disse Félix.
Ele classificou o diretor afastado da Abin como uma “pessoa experiente, com uma folha de serviços prestados impressionante e que tem sido um bom diretor-geral da agência”.
Félix disse esperar respostas das investigações em curso sobre a denúncia do grampo que flagrou conversa entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Para ele, é necessário descobrir qual dos dois estaria grampeado, quem fez as escutas, como e por ordem de quem. Uma possibilidade levantada pelo general é que empresas de telefonia tenham feito o grampo ilegal.
O ministro-chefe da GSI lembrou que não é a primeira vez que a Abin é acusada de ter feito grampos de maneira ilegal e destacou que a agência foi inocentada nas outras vezes.
Félix lamentou que a denúncia tenha sido feita à imprensa e não à polícia. “A revista 'Veja' afirma que foi a Abin com base em um informante. Seria bom para todos que este informante tivesse procurado um chefe seu ou a polícia”.
Grampo em Lula
O ministro-chefe do GSI negou que o presidente Lula tenha sido alvo de grampo em 2006 no Hotel Glória quando esteve na cidade do Rio de Janeiro. A denúncia foi feita em um depoimento à CPI dos Grampos de um ex-funcionário da Telemar, José Luiz da França Neto.
Félix afirmou que o presidente sequer se hospedou nesse hotel na ocasião. De acordo com o general, apenas os seguranças e a equipe de apoio ficaram no Hotel Glória. O ministro-chefe da GSI garantiu que há total segurança das comunicações do presidente e que Lula nunca foi grampeado.
O ministro-chefe da GSI afirmou que houve uma única tentativa de grampo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A tentativa teria acontecido no exterior e foi debelada pelo serviço de inteligência brasileiro. O general não quis dar detalhes do acontecimento. "Foi absolutamente desmontado", disse Félix