Alerta - Todos infectados trabalhavam em um mesmo frigorífico, em Araguaína; ocorrências são analisadas Ton Córdova Palmas Doze trabalhadores do Frigorífico Boi Forte, na região Norte do Tocantins, contraíram brucelose. Eles receberam tratamento no Hospital de Doenças Tropicais de Araguaína e, alguns, segundo o próprio frigorífico, já receberam alta e estão trabalhando. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), esses foram os primeiros registros da doença no Estado. Segundo o analista em controle de zoonoses da Vigilância Estadual de Saúde, Cláudio Nogueira, esses casos foram confirmados na última semana e os trabalhadores não correm risco de vida. “Todos estão sendo tratados e evoluindo de forma satisfatória. A doença tem tratamento e cura e não deixa seqüelas”, afirmou, acrescentando que os sintomas são parecidos com os da gripe. Foram realizados exames em 102 funcionários e em 12 o resultado deu positivo. Nogueira comentou ainda como a vigilância estadual ficou sabendo dos casos. “A vigilância epidemiológica do município comunicou à Sesau e estamos analisando o caso. Agora todos os 334 trabalhadores do frigorífico estão passando por exames” disse, confirmando ainda a participação da empresa no caso. “Em todos os momentos o frigorífico está colaborando”, frisou. Nogueira falou que os exames estão sendo realizados em São Paulo e que não há prazo para que os resultados cheguem e que ainda não se sabe a forma como os trabalhadores contraíram a doença. A prevenção da brucelose, segundo Nogueira, é simples. “É preciso evitar produtos lácteos sem ser pasteurizados e a carne deve ser sempre bem passada”, frisou. Frigorífico O gerente administrativo do Frigorífico Boi Forte, Edivan Nascimento Moreira, disse que todos funcionários usam equipamentos de proteção individual, mas que ainda está sendo averiguado o que pode ter causado a contaminação. Segundo o gerente, há funcionários que vieram de fazendas e de outros frigoríficos que podem ter trazido a doença, mas equipes da Vigilância Sanitária, do Centro de Referência do Trabalhador (Cerest) e da Sesau estão fazendo acompanhamento do caso e dentro de alguns dias devem divulgar o resultado. Ainda de acordo com Moreira, 90% dos funcionários contaminados já estão trabalhando normalmente. (Colaborou Joselita Matos) Saiba mais | | O que é? E uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Brucella com várias espécies, cada qual com um hospedeiro preferencial o que confere à brucelose características próprias de disseminação, sendo predominante no Mediterrâneo a Brucella mellitensis que provoca a forma humana mais grave da doença. Como se adquire? A transmissão da bactéria se faz por ingestão de produtos do animal infectado, pelo consumo do leite não pasteurizado ou do próprio queijo. A doença pode ser contraída também pelo contato com o animal (aborto, placenta, feto, sangue), através da pele, por feridas mesmo as imperceptíveis, as brucelas podem ser aspiradas diretamente do ar. A ingestão do alimento contaminado propicia a multiplicação das bactérias na mucosa intestinal de onde elas se disseminam. O período de incubação (tempo que vai da contaminação ao início dos sintomas) varia de duas semanas a dois meses. A doença não se transmite de pessoa a pessoa. O que se sente? Os sintomas são inespecíficos e de duração variável o que dificulta a identificação da infecção. Pode haver febre, suores noturnos, calafrios, dor de cabeça, artralgias (dores articulares), anorexia (perda do apetite), os casos mais graves podem acometer rins e coração, fígado. A doença pode durar meses e mesmo anos. Mesmo não sendo agudamente fatal, prejudica cronicamente a saúde. Prevenção A advertência dos trabalhadores que cuidam de animais ou de seu abate sobre os riscos da doença, o controle da sanidade dos animais e a vigilância sanitária sobre o leite e seus derivados são decisivos na prevenção da brucelose. | |