Saúde - Uma das preocupações é em relação a pessoas
que fazem o diagnóstico da aids e não buscam o resultado

Joselita Matos
Araguaína - Correspondente

O número de casos de pessoas portadoras do vírus HIV ainda preocupa órgãos de saúde, na região Norte do Estado. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde, de 1989 a 2008 foram notificados 721 casos de pessoas com aids residentes no Tocantins. Em Araguaína, segundo dados do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em 2006, foram registrados 199 novos casos; no ano seguinte, houve uma redução, foram 188 novos casos. Mas a questão que preocupa é o aumento da incidência em mulheres. Em 2006, a porcentagem era de 53% dos casos em mulheres; no ano de 2007, o número passou para 57%.

Outro ponto preocupante é que as pessoas procuram o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do HDT para fazerem o diagnóstico da doença e algumas delas acabam não retornando para buscar o resultado.

De acordo com o gerente do Serviço de Assistência Especializada e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA) do HDT, psicólogo Paulo Renato Zurita Coelho, hoje quem busca mais fazer os exames, o diagnóstico, são mulheres que estão fazendo o pré-natal, que seriam mulheres que necessariamente teriam que fazer esse tipo de exame durante esse período. Segundo o gerente, uma média de 13 pessoas, por dia, busca o CTA para fazer o teste da aids, mas cerca de 15% acabam não voltando para buscar o resultado, sendo que um parte dos resultados dá positivo.

“Há comprovadamente casos novos, focando mais como está a epidemia no País, adentrando por dentro do país, ou seja, interiorizando-se, pegando as camadas mais pobres da população geral”, comentou. “Eu vejo mais riscos para as pessoas que estão no interior. Há dados que comprovam que no interior, cidades como menos de cinco mil habitantes é onde está a maior incidência”, completou.

TRATAMENTO
Segundo o gerente do SAE/CTA, existem muito mais pessoas em tratamento com aids, do que as pessoas com vírus. “As pessoas que chegam para nós é que já estão doentes, que chegou com uma doença oportunista e não porque transou sem camisinha e vou fazer o exame”, afirmou. Ainda de acordo com o psicólogo, as pessoas não buscam fazer o exame e nem o resultado são por vários motivos, por fator social, econômico ou até mesmo por medo. Finalizou, afirmando que se a pessoa tem a responsabilidade consigo, terá a responsabilidade com os outros.