O jornal O Estado de S.Paulo publicou nesta quinta-feira, 7, que, interpelado criminalmente pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO) para esclarecer a suspeita de ela ter recebido propina para favorecer o empresário Eike Baptista em suposta briga empresarial com o banqueiro Dantas Dantas pelo controle de portos, Arthur Joaquim de Carvalho responsabilizou a Polícia Federal pelo equívoco. Carvalho, que é cunhado de Dantas, alegou que os questionamentos dos advogados da senadora são "fruto de deturpação unilateral de supostas conversações registradas, de forma parcial, e, sobretudo, não contextualizada".

A acusação veio a público no mês passado, em meio ao vazamento de trechos de escutas feitas pela PF na Operação Satiagraha e que mostrariam o envolvimento de senadores com o suposto esquema do banqueiro. Em um dos grampos, Carvalho diz ao lobista Guilherme Martins que recebeu "informação de que ela (a senadora) estava recebendo R$ 2 milhões da OAS (empreiteira baiana)". Na interpelação, Kátia indaga se é a ela que se referem na conversa e quer saber que elementos possuem para "propagar a calúnia".

"A resposta de Carvalho satisfaz a mim e a meus advogados. Está claro que eu não tenho nenhum envolvimento com qualquer esquema criminoso", disse Kátia ao jornal nessa quarta-feira, 6, 20 dias depois de discursar às lágrimas, no Senado, em protesto contra as suspeitas. Para ela, Carvalho "jogou a responsabilidade para a Polícia Federal" para não lhe dar "instrumentos" para processá-lo.

No texto de 11 linhas em que se reportou à Justiça, também segundo O Estado de S.Paulo, Carvalho conclui que considera Kátia "vítima de excessos e descomedimentos da Polícia Federal, que serão proclamados e reconhecidos" pelo Poder Judiciário".

Foi Kátia quem relatou medida provisória que flexibiliza o limite de cargas para os terminais privados. O Opportunity, de Dantas, controla a Santos Brasil, que atua no Porto de Santos (SP).