O dólar mantém a tendência dos últimos pregões e opera em alta nesta quinta-feira (18), após atingir na véspera o maior patamar desde o dia 24 de setembro de 2007. Por volta das 15h13, a moeda americana era negociada com valorização de 4,55%, a R$ 1,953.
Segundo informações do mercado, a forte crise de crédito mundial começou a afetar diretamente as principais linhas de crédito em dólar do país, principalmente para exportadores, segundo analistas.
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No dia, o mercado reage ao anúncio de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) fará uma injeção de US$ 180 bilhões nos mercados, para enfrentar as turbulências aprofundadas pela falência do banco Lehman Brothers e os problemas da seguradora AIG.
Trata-se de uma ação coordenada com as principais instituições bancárias centrais do mundo. O Fed informou que fechou acordos "swaps" com o Banco Central Europeu (BCE), o Banco Nacional da Suíça, o Banco da Inglaterra (BoE), o Banco do Japão e o Banco do Canadá.
Na quarta, depois do encerramento dos negócios, os investidores receberam mais um capítulo da crise. Seguindo o colapso do Lehman Bros, venda às pressas do Merrill Lynch e resgate à seguradora AIG, as atenção recaíram sobre o Morgan Stanley, que, segundo reportagem do jornal "New York Times", negocia a fusão com o Wachovia. Além disso, também saíram notícias de que o banco Washington Mutual "se colocou à venda".
Aposta
Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso, considera que há investidores com "uma certa aposta contra o real". Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), a posição comprada dos estrangeiros em derivativos cambiais já aumentou quase US$ 6 bilhões desde o começo da semana passada. Na prática, isso significa uma aposta na valorização do dólar.
Para Galhardo, "a aversão a risco continua bastante forte", referindo-se aos temores de que surjam novas vítimas da crise financeira. "Não existe mais preço para os ativos nesse momento", acrescentou.