O Tribunal de Justiça de Goiás vai conceder, no final da tarde de hoje, o benefício de liberdade condicional para a empresária Vilma Martins. Ela cumpre pena desde 2003 e foi condenada a 15 anos e 9 meses pelos seqüestros e registro falso de Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, e Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva. O pedido de condicional foi acatado pelo Juiz Éder Jorge, da 4ª Vara Criminal, que considerou o direito de progressão da pena, já que Vilma cumpriu 1/3 da sentença.
Pedrinho recebe abraço de Vilma Martins em foto de 2002. Ela foi condenada pelos seqüestros e registro falso de Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, e Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, sua outra suposta filha
A oficialização da condicional, no entanto, será feita somente após uma audiência que Vilma terá com o juiz, às 17h30 de hoje. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal, Vilma receberá o documento que determina o fim do regime semi-aberto e também as instruções para a condicional. Entre outras determinações, ela não poderá viajar sem comunicar à Justiça, além de se apresentar ao juiz a cada dois meses.
Vilma Martins estava cumprindo pena em semi-aberto desde junho. Desde então, ela apenas dormia na Casa do Albergado. Após receber o benefício, nem deve mais comparecer à instituição -o documento de progressão deverá ser levado pelo advogado da condenada.
Entenda o casoO caso Pedrinho ficou nacionalmente conhecido em 1986, quando o garoto nasceu. Ele foi seqüestrado na maternidade e os pais biológicos, Jayro e Maria Auxiliadora Tapajós, promoveram uma busca constante pelo filho. Pedrinho havia sido registrado por Vilma com o nome de Oswaldo Júnior.
Vilma cumpre pena desde 2003
O seqüestro, no entanto, só foi esclarecido dezesseis anos depois. Gabriela Azeredo Borges, de 19 anos, neta do pai adotivo de Pedrinho, associou a imagem do garoto, ainda recém-nascido, no site do SOS Criança com a foto de Jayro Tapajós.
Orientada pela equipe da instituição, recolheu um fio de cabelo de Pedrinho para realização do exame de DNA. O teste comprovou que o garoto na verdade era filho de Jayro e Maria, que também reconheceu Vilma Costa como sendo seqüestradora. O caso foi reaberto e Vilma condenada em 2003.
Com a elucidação do caso Pedrinho, a polícia levantou suspeita sobre a possibilidade de Aparecida Fernandes Ribeiro da Silva também ter sido seqüestrada. Ela havia sido registrada como Roberta Jamilly. Um novo exame de DNA, retirado de uma ponta de cigarro usado por Roberta também confirmou que ela, na verdade, é Aparecida Fernanda, filha biológica de Francisca Maria da Silva.