Fogo Cerrado - Através de operação, foram detectados
também 21 pontos degradadas na região de parque no Jalapão

Suene Moares
Palmas

Quatorze áreas de criação irregular de gado, onde há aproximadamente mil cabeças, haviam sido identificadas até ontem, pela Operação Fogo Cerrado, realizada pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), responsável pela Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, em parceria com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

Os dados fazem parte do resultado preliminar, divulgado ontem, referente aos cinco dias de fiscalização na região do Jalapão, onde foram detectados também 21 pontos de áreas degradadas. A operação segue até o próximo dia 25.

Dos 700 mil hectares que compõem a unidade de conservação, a operação aponta que aproximadamente 50 mil hectares já estão ocupadas com alguma atividade de degradação ambiental.

O chefe da estação, Wajdi Mishmish, ressalta que as áreas degradas são aquelas que foram devastadas, através de desmatamento, queimadas (estas geralmente perto dos locais de criação de gado) e veredas (pontos abertos para coleta de capim dourado). “São apenas números de cinco dias de operação e já é preocupante o quadro atual”.

FOGO
Mishmish frisa que o fogo continua sendo o principal desafio da equipe. “Devido ao clima seco e ao vento, comuns nesta época do ano, as chamas se propagam rapidamente, dificultando o combate”.

Além disso, o chefe da estação alerta que a equipe de brigadistas que atuam no local, composta por 28 profissionais, atende de um a dois focos de incêndios por dia. “Claro que existem mais incidências, porém não temos como atender”.

Mishmish enfatiza que as equipes já estão advertindo, notificando, atuando e, em alguns casos, a apreensão de gado também é feita. “Com o levantamento já começamos agir para inibir as práticas irregulares dentro da unidade de conservação”.

Para coibir essas práticas, o chefe da estação destaca que os proprietários estão sendo enquadrados conforme os artigos de Leis de Crimes Ambientais, as Leis do sistema Nacional de Unidade de Conservação e o novo decreto 6514, aprovado neste ano, e que prevê multa no valor mínimo de R$ 500,00 e o máximo de R$ 2 milhões.