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Notícias

28/05/2008 -

MPF denuncia Álvaro Lins, Garotinho e mais 14 pessoas

MPF denuncia Álvaro Lins, Garotinho e mais 14 pessoas

O Ministério Público Federal ofereceu denúncia ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região contra uma suposta organização criminosa - com a qual teria ligação o deputado Álvaro Lins e o ex-governador Anthony Garotinho -, e que usaria a estrutura da Polícia Civil do Rio de Janeiro para praticar lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção.

Segundo a assessoria do próprio MPF, 16 pessoas foram denunciadas, entre elas o ex-chefe da Polícia Civil e atual deputado estadual Álvaro Lins e Anthony Garotinho.

Lins, preso em flagrante pela PF na manhã desta quinta-feira (29), foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, facilitação de contrabando e corrupção passiva. Com imunidade parlamentar, Álvaro Lins não poderia ter a prisão preventiva decretada, mas, segundo explicou o Ministério Público, prisão dele foi possível porque havia um flagrante referente aos crimes de lavagem de dinheiro. Segundo a Polícia Federal também foram presos em flagrante a mulher e o sogro do deputado que seriam usados como 'laranja'.

Já o ex-governador Anthony Garotinho está sendo denunciado por formação de quadrilha armada.

Propinas em delegacias

Desde cedo, agentes da PF deflagraram a Operação Segurança Pública S/A para prender preventivamente sete policiais civis e fazer busca e apreensão em 15 endereços suspeitos. Segundo o MPF, a operação é uma continuação das operações Gladiador e Furacão.

Em entrevista coletiva, o superintendente da PF Valdinho Caetano afirmou que o inquérito começou em 2005, e investigava a existência de uma quadrilha que usaria da influência de um núcleo político para dar cobertura a sonegadores de impostos e à máfia dos caça-níqueis.

Ainda de acordo com Caetano, havia um esquema de nomeação de delegados mediante o pagamento de propina. Esse valor era cobrado segundo a importância da delegacia. O delegado teria como atribuição fazer uma caixinha que era repassada para campanhas políticas entre outras atividades.


Mais cedo, a assessoria do MPF explicou, por meio de nota, que “a quadrilha era responsável pelos crimes de facilitação de contrabando, por não reprimir a atividade de exploração de máquinas caça-níqueis pelo grupo criminoso de Rogério Andrade, e de corrupção ativa e passiva, relacionados diretamente com as atividades de Delegacias de Polícia estratégicas, notadamente a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente”.

Rogério Andrade é sobrinho do falecido banqueiro de bicho Castor de Andrade e acusado de mandar matar o primo Paulinho, filho de Castor.

A denúncia contra Garotinho

A nota explica ainda que o ex-governador Anthony Garotinho foi denunciado por manter o grupo de Álvaro Lins à frente da Polícia Civil. Segundo a PF foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa dele no Rio e no município de Campos.

"O Ministério Público Federal está convicto de que uma organização criminosa atuou durante mais de seis anos no governo do Estado do Rio, especificamente na Secretaria de Segurança Pública. Nesse período, um grande grupo de policiais civis sentiu-se livre para intimidar diversos infratores em detrimento da segurança pública. Em várias delegacias, os denunciados faziam vista grossa a condutas ilegais em troca de altas quantias", afirma o procurador regional da República Maurício da Rocha Ribeiro.

O texto diz também: “A investigação ainda apontou vários crimes de lavagem de dinheiro, em que Álvaro Lins se valeu de familiares e outras pessoas para ocultar a origem do patrimônio obtido criminosamente.”

Além da denúncia e dos pedidos de buscas e apreensões, o MPF conseguiu o seqüestro dos bens ocultados por Álvaro Lins por causa de lavagem de dinheiro.

Depois de apresentada a denúncia, os acusados terão um prazo de 15 dias para sua defesa preliminar.

Posição de Garotinho está em blog

O ex-governador se limitou a dizer na internet:

"Esclarecimento.Os leitores do blog já devem ter tomado conhecimento das notícias divulgadas pela mídia esta manhã. Quero dizer-lhes que até agora oficialmente não fui comunicado de nada. Permaneço na minha casa, ao lado da minha família, porque tenho minha consciência tranqüila e nada tenho a temer. Tão logo receba alguma informação oficial irei me pronunciar no blog, para que tudo fique esclarecido. Aguardem".

A Chefia de Polícia Civil do Rio informou que aguarda o desfecho do caso para comentar o assunto.

A assessoria do governador Sérgio Cabral, que participa de um evento em Botafogo, na Zona Sul do Rio, informou que ele não fará qualquer comentário sobre o assunto.


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