Educação superior - Com novo indicador, lançado ontem pelo Ministério
da educação, está mais fácil escolher a instituição em que o aluno fará a
graduação
Eugênia Lopes e
Simone Iwasso (AE)
Brasília (DF)
O Ministério da Educação (MEC) divulgou ontem, pela primeira vez, um índice classificatório de todas as instituições de ensino superior do País - até então, as notas para comparação existiam apenas para os cursos oferecidos por elas. O panorama traz uma revelação: entre as faculdades que estão na faixa mais alta de pontuação, as primeiras são particulares, com mensalidades entre as mais altas do mercado, concentradas em uma área do conhecimento, têm vestibulares disputados e contam com parte de seus alunos oriundos das classes A e B.
Já no ranking das universidades, a primeira que aparece na lista é a Federal de São Paulo (Unifesp). Também estão nesse bloco as três federais de Minas Gerais e a federal do Rio Grande do Sul.
O resultado não surpreendeu o MEC. ?São nas instituições com um só curso que vamos encontrar mais notas 4 e 5?, afirmou Reynaldo Fernandes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). ?É natural que as instituições com mais tradição apresentem os melhores indicadores?, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante a divulgação dos dados. ?Agora, não tem cabimento comparar o indicador de uma universidade com o de uma faculdade com um único curso.?
Objetivo
O objetivo do MEC é divulgar a cada ano um novo índice atualizado, que foi batizado de Índice Geral de Cursos (IGC), disponibilizando os dados na internet para consulta pública de qualquer pessoa interessada. Com isso, o estudante poderá, após escolher seu curso, verificar a condição geral das instituições e como ela está colocada em relação às demais.
Neste primeiro ano, a pontuação (de 0 a 500) foi dada a 173 universidades, 131 centros universitários e 1.144 faculdades isoladas e integradas - representando 78,8% das instituições de ensino superior. Além da pontuação, as instituições tiveram conceitos de 1 a 5. Para se chegar a eles, foram usadas, em relação à graduação, a média dos conceitos preliminares dos cursos da instituição, obtido a partir do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) e, para a pós-graduação, o conceito fixado pela Capes.
Daqui a um ano, as instituições que receberem notas 1 e 2 terão de assinar termo com o MEC comprometendo-se a melhorar nos itens considerados ruins. Se a instituição teve nota baixa, por exemplo, por ter um corpo docente com poucos doutores, ela poderá comprometer-se a contratar professores com mais títulos acadêmicos. ?A instituição assina o termo de compromisso de que vai sanar a deficiência. No limite, ela poderá ser privada de sua autonomia ou até descredenciada?, explicou o ministro.
Tocantins |
|
O Ministério da Educação (MEC) disponibilizou o Índice Geral de Cursos da Instituição (IGC) no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) - www.inep.gov.br - e nele constam os índices de avaliação da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e do Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp), ambos com na faixa 3. |