Raimunda Carvalho
Da Redação
O consultor político Melck Aquino explicou nesta segunda-feira, 28, que a pesquisa eleitoral é o “termômetro” de todo o processo de camapanha do candidato. Segundo ele, é o momento em que serão analisados o impacto do perfil e as propostas de governo do candidato junto aos eleitores. “Os candidatos precisam tomar cuidado com as pesquisas, pois elas são como verduras: altamente perecíveis”, afirmou Aquino.
Melck Aquino comentou que este período é o momento de detectar qual a intenção de votos do eleitor. “Se necessário planejar novos rumos a seguir para que novos eleitores sejam conquistados”, lembrou.
Quanto ao índice de rejeição de um candidato, o consultor afirmou que nasce a partir do desagrado do eleitor. “Na maior parte das vezes isto ocorre porque o eleitor já conhece o candidato de algum cargo público e rejeita os seus feitos ou os não feitos”, esclareceu.
Ainda conforme o consultor, dificilmente um candidato com índices superior a 35% de rejeição consegue se eleger. “Mas para tudo há exceção. Há diversos casos de políticos que tinham altos índices de rejeição e acabaram revertendo o processo com uma campanha bem estruturada e uma estratégia eficaz”, afirmou.
Portal CT: Como funcionam realmente as pesquisas eleitorais?
Consultor político Melck Aquino: As pesquisas nada mais são do que um dos instrumentos essenciais para que partidos políticos e seus candidatos possam sondar as intenções de voto do eleitorado. Mas é preciso tomar muito cuidado com as pesquisas, pois elas são como verduras: altamente perecíveis. Portanto, os resultados de uma pesquisa só podem ser vistos como um termômetro de um determinado momento do processo eleitoral.
Portal CT: Qual é a importância da pesquisa eleitoral?
Melck Aquino: Como termômetro ela é fundamental para detectar, por exemplo, o estado de saúde do candidato (aqui visto como sua performance na campanha) e assim definir que medidas devem ser adotadas para que a campanha permaneça mantendo seu ritmo de crescimento ou para que cesse a queda e comece a reverter o quadro, de acordo com que os números tiverem demonstrado. Portanto, sua principal importância é detectar como anda a intenção de votos do eleitor, e apontar que rumos seguir para que novos eleitores sejam conquistados.
Portal CT: Consultor quais os tipos de pesquisas que existem?
Melck Aquino: Nas eleições trabalhamos praticamente com dois tipos de pesquisa: quantitativa e qualitativa.
Portal CT: Como é feita a pesquisa quantitativa?
Melck Aquino: A pesquisa quantitativa de opinião é construída em cima de questionários de perguntas que serão submetidas ao eleitorado (seguindo parâmetros estatísticos de uma determinada localidade). Ela serve para medir estatisticamente (em percentuais) como se encontra um determinado candidato perante o eleitorado, e também para uma série de outras coisas como a influência que certos agentes políticos podem ter num processo eleitoral, como o presidente da república, o governador do Estado, uma liderança política importante que não esteja disputando a eleição naquele momento, etc. Serve também para levantar o que a população identifica, os principais problemas a serem resolvidos em sua localidade. Tudo isto definindo percentuais de importância.
Portal CT: E a pesquisa qualitativa?
Melck Aquino: A pesquisa qualitativa procura captar de modo mais aprofundado, as posições assumidas pelo eleitorado. Normalmente ela é utilizada para testar coisas que aparecem na quantitativa. Procura-se, com a realização de grupos focais (distribuídos por classe social, local de moradia, categoria profissional, sexo, ou outras variantes) levantar as expectativas e opiniões do eleitorado quanto aos problemas da localidade, as políticas públicas, aos políticos candidatos, aos políticos de renome que apóiam estes candidatos, e outros debates que são suscitados.
Portal CT: Só existem estes dois tipos de pesquisas?
Melck Aquino: Não. Há outro tipo de pesquisa realizada, em menor grau. Ela se chama Entrevista em Profundidade. Normalmente institutos de pesquisa convocam formadores de opinião para com eles debater o processo eleitoral, perguntar suas impressões e submeter peças publicitárias para análise.
Portal CT: O senhor disse que a pesquisa eleitoral é o momento do “diagnóstico do candidato”. Neste exame, quando é encontrada a rejeição e é detectada também uma margem de crescimento, como tratar?
Melck Aquino: O índice de rejeição de um candidato nasce da manifestação de desagrado do eleitor, que por uma série de razões diz ao entrevistador que não votaria de forma nenhuma no candidato. Na maior parte das vezes isto ocorre porque o eleitor já conhece o candidato de algum cargo público e rejeita os seus feitos ou “os não feitos”.
Portal CT: Qual a importância do índice de rejeição?
Melck Aquino: É um índice extremamente importante, porque candidato com rejeição baixa significa grande margem de possibilidade de crescimento na intenção de voto. Já um candidato com rejeição alta, na maioria das vezes aponta para uma só tendência: aumentar ainda mais a negativa do eleitorado. Costuma-se dizer que dificilmente um candidato com índices acima de 35% de rejeição consegue se eleger, mas para tudo há exceção.
Portal CT: Há exemplo de candidatos que reverteram este quadro?
Melck Aquino: Sim. Há diversos casos de políticos que tinham altos índices de rejeição e acabaram revertendo o processo com uma campanha bem estruturada e uma estratégia eficaz. No entanto, sem dúvida, um candidato com rejeição alta vai ter menos possibilidade de errar do que outro que tenha, digamos assim, “combustível” pra queimar. Rejeição alta, igual baixa margem de crescimento. Rejeição baixa, igual à alta margem de crescimento. Já a concretização, somente o calor da campanha é que vai estabelecer.