Suspeito de ser o chefe da milícia da Favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, o policial civil Odinei Fernando da Silva, se entregou à polícia na manhã desta segunda-feira (16). O grupo é investigado por participação na tortura sofrida por uma equipe de reportagem do Jornal “O Dia”, em maio.
Segundo a polícia, Odinei chegou à Delegacia de Repressão do Crime Organizado acompanhado de um advogado e está prestando depoimento.
No dia último dia 4, a polícia prendeu Davi Liberato de Araújo. Suspeito de ser o segundo homem na hierarquia da milícia, Davi cumpria pena em regime semi-aberto. Ele, no entanto, nega envolvimento no crime.
Ataque à delegacia
Na semana passada, a 35ª DP (Campo Grande) foi alvo de ataque a bomba que, segundo a polícia, partiu de milicianos da área em resposta à prisão de membros do grupo no início do mês.
Alice Assumpção/G1
Davi Liberato foi preso no último dia 4, suspeito de participar do grupo (Foto: Alice Assumpção/G1)
CPI das milícias
Também na semana passada, a Assembléia Legislativa do Rio aprovou a criação de uma CPI para investigar a ação das milícias no estado.
O projeto havia sido proposto pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL), em fevereiro de 2007, mas acabou sendo engavetado. A solicitação ganhou força após a denúncia do episódio ocorrido com a equipe de reportagem do jornal “O Dia”.
No texto que apresenta a justificativa para a criação da CPI, os deputados afirmam que, em 2007, o estado já havia reconhecido a existência de milícias em 92 comunidades, com fortes indícios de envolvimento de policiais, bombeiros e agentes penitenciários.