O desembargador federal, Carlos Pires Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região visitou o barco usado pela Justiça Rápida Itinerante para atender as comunidades ribeirinhas do Baixo Madeira. Ele chegou à embarcação no dia 24 de outubro e ficou até o dia 25 para acompanhar a prestação dos serviços em Nazaré, uma das comunidades atendidas pela equipe a bordo.
“São fascinantes os caminhos, seja por água ou por terra, para encontrar cidadãos invisíveis e esquecidos, que precisam de todo apoio e suporte. Se nós não viermos a essas comunidades, elas não baterão nas portas do estado requerendo seus direitos, em razão das dificuldades de deslocamento. Saio daqui com o coração marcado pela responsabilidade que tenho, pois cada um pode ajudar no seu devido espaço”, enfatizou Brandão.
Desde que iniciou a viagem, em 17 de outubro, os distritos de Demarcação, Calama, Ressaca, Papagaio, Santa Catarina e Nazaré já foram atendidos. A ação só acontece porque a Justiça Federal tem parceria com outros órgãos, como o Tribunal de Justiça de Rondônia, o Ministério Público Estadual, as defensorias públicas da União e do Estado e Advocacia-Geral da União.
Para aproveitar a vinda a Porto Velho (RO) e também o deslocamento até os distritos, Brandão passou por São Carlos. Recebido pela chefe do Núcleo de Gestão Integrada do ICMbio, Simone Nogueira, ele foi levado até a Reserva Extrativista do Lago do Cuniã. O juiz federal Igor Itapary Pinheiro também acompanhou o percurso.
Em conversa com o ICMBio, Brandão perguntou o que deve ser feito no local para melhoria. Simone ressaltou que a equipe é pequena, além de terem equipamentos obsoletos, inviabilizando o cuidado com o local. “Eu acho não dá mais para determinar o que as comunidades precisam de cima para baixo. Precisamos propor ações que as comunidades queiram, a fim de resgatar a sensação de pertencimento. Até porque, sem a comunidade, não há conservação”, contou Simone.
Após a visitação, o magistrado destacou que foi muito importante a presença institucional da Justiça Federal. “O local é muito bonito! Mas percebi que para preservarmos a essas reservas, temos que dar as mãos (todas as instituições) e dialogar melhor com as comunidades, pois são elas que estão nessas localidades ainda preservadas. Ao mesmo tempo, criar mecanismo de geração de renda e emprego para as futuras gerações residentes no local. Porque são essas pessoas que guardam, como relicário, a nossa Amazônia”, frisou o desembargador.