Uma ilustre figura republicana esteve visitando a seccional na tarde de hoje, 27 de junho, sexta-feira: o jurista José Bernardo Cabral, ex-deputado federal relator da Carta Magna brasileira e também ex-senador da República. Atendendo a convite do também manaura Dimis da Costa Braga, o ex-ministro da Justiça do governo Collor veio conhecer a seção judiciária, sendo recebido pelo juiz federal Tales Krauss Queiroz, diretor do foro, e por Herculano Martins Nacif, magistrado titular da 5ª vara ambiental e agrária. Durante a reunião que teve com os juízes federais, seus anfitriões, ele falou da relação imprensa e Justiça, relembrou algumas passagens dos bastidores da constituinte, da luta pela formatação do texto constitucional e declarou, ao final: “estou muito feliz de estar aqui com vocês”.
Palestrante com agenda disputada em todo território nacional e no exterior, Bernando Cabral está em Porto Velho para discorrer sobre o tema “O Advogado e a Constituinte”, especialmente requisitado pela Escola Superior de Advocacia de Rondônia (ESA/RO), da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rondônia. Recentemente ele foi homenageado em livro em comemoração aos 25 anos da Constituição Federal. “A maior conquista que a CF deu ao povo brasileiro foi termos saído do obscurantismo, de termos a liberdade e o acesso à informação, do fim da censura e da volta ao Estado de Direito. A primeira coisa que fez a CF de 88 foi abrir seu porte com o ser humano”, declarou à imprensa Bernardo Cabral. Ele foi relator do texto da constituinte no Senado Federal no ano de 1988. Em junho de 2013 foi lançado o livro biografico "Bernardo Cabral – Um Estadista da República", de Júlio Antônio Lopes.
Bernardo Cabral e o AI-5
Ele foi fundador do extinto MDB (Movimento Democrático Brasileiro), pelo que foi eleito deputado federal nas eleições de 1966 e seu vice-líder, até ter o seu mandato cassado pelo AI-5, de 13 de dezembro de 1968. Em 10 de fevereiro de 1969 teve suspensos seus direitos políticos por 10 anos e interrompida a sua carreira de professor universitário, em virtude de sua atuação parlamentar às vésperas de edição do respectivo Ato Institucional.
Bernardo Cabral e o Atentado do Rio-Centro
Atentado do Rio-Centro é o nome pelo qual ficou conhecido um frustrado ataque a bomba que seria perpetrado no Pavilhão Rio Centro, no Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, por volta das 21 horas, quando ali se realizava um show comemorativo do Dia do Trabalhador, durante o período da ditadura militar no Brasil. As bombas seriam plantadas pelo sargento Guilherme Pereira do Rosário e pelo então capitão Wilson Dias Machado, hoje coronel, atuando como educador no Colégio Militar de Brasília. Por volta das 21 horas, com o evento já em andamento, uma das bombas explodiu dentro do carro onde estavam os dois militares, no estacionamento do Rio centro. O artefato, que seria instalado no edifício, explodiu antes da hora, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão Machado. Bernardo Cabral, então presidente nacional da OAB, foi um dos presentes à reunião ocorrida na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), convocada para discutir o caso com outros setores organizados da sociedade civil.