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20/03/2014 -

JUSTIÇA FEDERAL LEVANTA TRINCHEIRA PARA COMBATER CHEIA DO MADEIRA

JUSTIÇA FEDERAL LEVANTA TRINCHEIRA PARA COMBATER CHEIA DO MADEIRA

Com o nível do rio Madeira a 19,30 m, a direção do foro da Justiça Federal não teve dúvida: havia chegada a hora de conter a invasão da água com uma trincheira real, e não apenas discursal e poética. Para tanto, foram despejadas seis caçambas com terra no meio da Avenida Presidente Dutra, com uma cercania de material plástico, quase defronte ao edifício-sede, com o objetivo de conter o avanço da enchente por sobre a área de estacionamento da Seção Judiciária. Além de real, a trincheira assume também a função de comunicar simbolicamente a luta que o corpo funcional da Justiça Federal vem travando para continuar prestando serviço jurisdicional ao povo de Porto Velho.

Na manhã do dia 19 de março, ontem, preocupado com a água do Madeira banhando o pé da escadaria da Justiça Federal, o Comandante da Nau da Resistência, Herculano Martins Nacif, confabulou com seus servidores e com chefe da obra do prédio em frente no sentido de se fazer uma mureta de contenção em tijolo. A idéia foi se desenvolvendo em outras duas ou três até chegar na que está na foto: rápida, barata e eficiente.

Uma lona de 30 metros, algumas carradas de areia e trabalho braçal de uma dúzia de homens impediu a passagem da água de forma rápida. O pouco que passa em função de infiltrações será bombeado diariamente, mantendo a escadaria livre.

Na bastasse ter sua área verde totalmente alagada, bem como seu estacionamento lateral e interno, a Justiça Federal teve de enfrentar, agora, a ameça das águas na frente da sua sede. É um fato inédito e histórico, pois desde a inauguração destas instalações, em agosto de 1996, nunca se viu algo sequer parecido.

Segundo a imprensa, a presidente Dilma foi desmentida. Diz a mídia que a afirmação de que “não se pode atribuir culpa” às hidrelétricas do Madeira na questão dessa cheia histórica, feita por Dilma diante do cenário de inundação, foi desmentida pelo hidrólogo Jorge Molina, pesquisador do Instituto de Hidráulica e Hidrología (IHH) da Universidad Mayor de San Andrés (UMSA). Para esse pesquisador há “fortes suspeitas de que as operações das usinas pioraram as coisas".

SUBINDO

Segundo Molina, “o desrespeito aos níveis d'água Santo Antonio sugere que o reservatório esteve armazenando água até que em num certo momento tiveram que ser obrigados a liberá-la". O próprio Molina dá uma informação nada animadora: “As análises na Bolívia indicam o que o rio Beni, um dos formadores do rio Madeira, está diminuindo a vazão. Porém, o Mamoré, outro formador, está subindo de volume. Isso indica que a cheia vai continuar. E a situação pode piorar”.

Para pesquisadores especializados em barragens e hidrologia o futuro é cheio de incertezas. Esta cheia excepcional e o os acontecimentos dos últimos três ou quatro anos anteriores (como a erosão que Santo Antônio provocou em Porto Velho), colocam em dúvida muitas coisas: os estudos e os projetos das duas usinas, a operação dos reservatórios, os níveis d'água de inundação real, as verdadeiras consequências dos impactos destes projetos no Brasil e na Bolívia e o que pode ocorrer no futuro.


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