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Notícias

16/09/2008 -

Diretor-executivo da PF é preso no DF

Diretor-executivo da PF é preso no DF

Escândalo - Delegado Romero Menezes, segundo na
hierarquia da Polícia federal, é detido por corrupção

Vannildo Mendes (AE)
Brasília (DF)

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem o delegado Romero Menezes, seu diretor-executivo, o segundo na hierarquia do órgão. A prisão é desmembramento da operação Toque de Midas, realizada em julho passado para combater fraudes em licitações na concessão da Estrada de Ferro do Amapá. O Ministério Público do Amapá descobriu que o irmão de Menezes, José Gomes de Menezes, é um empresário que atua no ramo de segurança e serviços em portos, e que estaria usando exploração de prestígio, por ser irmão do delegado da PF, para conseguir benefícios.

Para o Ministério Público do Amapá houve exploração de prestígio, advocacia administrativa, corrupção passiva e tráfico de influência. Uma das irregularidades, segundo a Procuradoria, seria a forma para a obtenção de contratos para vigilância e serviços gerais. José Gomes teria usado o prestígio do irmão para o fechamento dos contratos.

Romero Menezes recebeu a voz de prisão do diretor-geral Luiz Fernando Corrêa. O Ministério Público do Amapá encontrou indícios de que o delegado estava envolvido nas irregularidades. Após prestar depoimento na Polícia Federal ele foi recolhido a uma cela especial da Superintendência da PF, separada dos outros presos por motivo de segurança.

Constrangimento
Constrangido, o diretor-geral da PF disse que está chocado com a denúncia, mas afirmou que ninguém está acima da lei e que decisão da Justiça é para ser cumprida ?seja quem for a autoridade pública?.

A PF abriu também procedimento de investigação na corregedoria para verificar o nível de envolvimento de Romero Menezes nas irregularidades, ou se foi só alvo de exploração de prestígio praticado pelo irmão, para obter contratos com o setor público.

Foram cumpridos três mandados de prisão temporária e de busca e apreensão nos Estados do Amapá, Pará e Distrito Federal. Em Brasília as diligências foram feitas no Ministério da Justiça. Ali foram apreendidas as fichas de inscrição dos indicados pelo irmão de Romero para um curso na áreas de segurança portuária promovido pela Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos). Os pedidos foram indeferidos. A Conportos é um órgão colegiado integrado por cinco ministérios e presidido pelo Ministério da Justiça.

Bastidores
Policial experiente, conhecido por sua frieza, Romero Menezes não mexeu um músculo diante da ordem de prisão, feita pelo diretor-geral da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa. Perguntou onde deveria assinar, esticou a mão para pegar o papel e disse que estava absolutamente tranqüilo quanto à investigação.A seguir, foi desarmado e recolhido a uma sala, onde ficou o resto do dia à disposição do delegado encarregado do inquérito e do Ministério Público. À noite, foi transferido para uma sala especial da Superintendência da PF, no Distrito Federal, onde cumprirá prisão temporária de cinco dias, renováveis por mais cinco. Constituído hoje mesmo, o advogado Robson Neves informou à PF que vai entrar com pedido de habeas-corpus para que Menezes seja libertado.


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