Crise - O Jornal do Tocantins foi a campo para saber onde a turbulência econômica está afetando o cidadão comum
Julliana Ribeiro
Palmas
As ofertas de crédito já refletem o impacto da crise financeira. Os consumidores tocantinenses que buscam crédito pessoal ou recursos para financiar aquisição de imóveis, veículos e outros bens duráveis, devem estar atentos às taxas de juros pós-crise. Por outro lado, a Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Tocantins (Adat), garante que o consumo de alimentos e produtos de higiene e limpeza não sofreu alteração.
Até agora, o crédito imobiliário também não foi atingido pelos efeitos da crise. Segundo informações da Caixa Econômica Federal, o abalo nas finanças mundiais não alterou a oferta de crédito do banco e a programação de investimentos para esse ano não sofreu alterações. Até setembro último foram liberados R$ 16 bilhões para a habitação em todo o País.
?As taxas de juros praticadas pelo banco variam de 6% a 12% ao ano, a depender da destinação do imóvel, do percentual de financiamento, da cota do financiamento e da origem do recurso?, informou Wéllerson Ferreira Mello, gerente regional de negócios da Caixa no Tocantins. ?O banco mantém as mesmas modalidades de financiamento, prazos, taxas e a mesma forma de analise de crédito utilizada antes da crise. E ainda, mantém o compromisso de continuar sendo a principal instituição financeira do Brasil no crédito imobiliário? afirmou.
Automóveis
No mercado de automóveis, as mudanças foram mais visíveis. O aumento das taxas de juros e as restrições para contratação de financiamento desaceleraram as vendas na Capital. As principais novidades no setor são a diminuição do número de parcelas e também do prazo de carência para pagamento da entrada; além do aumento nas taxas de juros e da cota de financiamento, em alguns casos.
?O efeito específico da crise durou apenas uma semana. Após esse período houve uma reação do mercado interno e especificamente no setor de veículos, já que os bancos das montadoras mantiveram algumas taxas especiais. Porém, o parcelamento, que era de até 72 meses, agora é de até 60 meses, isso dependendo do banco e do perfil do cliente?, analisa Vilmar Vasconcelos, consultor de vendas de veículos. As taxas de juros variam de acordo com o número de parcelas, entrada, perfil do cliente e banco e estão entre 1,59% e 1,98% ao mês.
Dependendo do banco, a entrada deve ser de até 50% e o prazo de carência para pagamento da primeira parcela diminuiu de 90 para 45 dias em algumas instituições financeiras. Essas medidas dificultaram a aprovação de financiamento total do valor negociado. Quanto ao movimento de clientes, Vasconcelos lamenta: ?Na semana em que estourou a crise, baixou muito. Já na segunda semana houve uma retomada tímida, sendo realizadas vendas mais objetivas.?
Thiago Rodrigues, gerente de financiamento de veículos, informou que existe a intenção do Banco Central (BC) de reduzir o prazo para pagamento, que tende a baixar de 72 para 48 meses, mas nada foi confirmado ainda. Segundo ele, até julho desse ano as taxas de juros variavam de 1,2% a 1,4% ao ano. Comparando com as taxas de juros praticadas hoje (1,59% a 1,98%), houve um aumento significante, que tem preocupado os vendedores.
Vendedores e a crise |
|
A categoria sofreu mudanças significativas, trazidas pela era da informação. O mercado não abriga mais amadores, nem mesmo os tradicionais balconistas, pracistas ou externos. O profissional precisa entender de produtos, clientes, tendências, custos, planejamento e pessoas, além de ser simpático, educado e ter muita paciência. ?O vendedor deve se colocar o tempo todo no lugar do cliente e entender seus desejos e anseios?, esclarece Ronaldo Moraes da Silva, vendedor de artigos esportivos. Para ele, a capacitação do profissional de vendas é essencial para seu bom desempenho. Os vendedores palmenses reclamam da falta de um sindicato que defenda a categoria. |