Doze cidades tiveram decretado estado de calamidade pública em Santa Catarina, onde chuvas fortes atingem cerca de 1,5 milhão de pessoas desde a semana passada e já contabilizam 99 mortes, segundo o último boletim da Defesa Civil do Estado.
Continuam as buscas por 19 pessoas desaparecidas. Na manhã desta quinta-feira (27),
o nível da água baixou em várias áreas inundadas, permitindo às equipes de resgate acesso a pontos isolados.
O desastre repercutiu na
imprensa internacional. O Washington Post (EUA) cita os saques ocorridos no Estado, o Fairplay (Reino Unido) avalia os danos provocados pela chuva. Veículos como Hindustan Times (Índia), OhmyNews International (Coréia do Sul), Xinhua (China) e Al Jazira (Qatar) também publicaram notícias sobre as chuvas.
Segundo levantamento do site Contas Abertas, a União gastou apenas 26% das verbas destinadas ao programa de prevenção e preparação para emergências e desastres com prevenção. O governo federal repassou, em 2008, R$ 2,4 milhões para serem usados em obras preventivas, como contenção de encostas e canalização de córregos, para Santa Catarina, enquanto mais de R$ 7,4 milhões, por exemplo, foram encaminhados por meio do programa de "resposta aos desastres" para o Estado, ou seja, o triplo de recursos para remediar, e não prevenir
(leia íntegra do levantamento).
Situação dos municípiosO governador do Estado, Luiz Henrique (PMDB), declarou estado de calamidade pública em 12 municípios: Blumenau, Gaspar, Rio dos Cedros, Nova Trento, Camboriú, Benedito Novo, Pomerode, Luis Alves, Itajaí, Rodeio, Brusque e Itapoá.
Apenas 5% da população de Blumenau tem acesso à água potável por conta das enchentes, informa o Diário Catarinense. A previsão é de que o serviço só seja normalizado em 5 de dezembro. Por enquanto, a prefeitura atende aos bairros prejudicados com 25 caminhões-pipa.
Blumenau, com 293 mil habitantes, ficou sem água devido ao rompimento da adutora que retira água do Rio Itajaí-Açu. Mesmo após o problema ter sido resolvido, o abastecimento não voltou ao normal porque estações de tratamento de água foram prejudicadas pela falta de energia elétrica, alagamentos e isolamento em razão de deslizamentos de terra.
O prefeito de Blumenau afirmou que irá levar
comida e mantimentos de helicóptero para as vítimas das enchentes. De acordo com a prefeitura, o município já distribuiu 25 toneladas de alimentos arrecadados.
Confira a situação de todos os municípios Prejuízos econômicosAlém das mortes e das milhares de pessoas desabrigadas, as chuvas também trouxeram prejuízos econômicos ao Estado. O setor de turismo e transporte já foram afetados. O porto de Itajaí, o maior do Estado, está fechado desde a última quinta-feira (20).
Doações
Cestas básicas, colchões, cobertores e kits de higiene estão sendo entregues às famílias atingidas pela chuva. A Defesa Civil distribui alimentos, água potável e medicamentos. Em Florianópolis, doações podem ser feitas no Portal do Turismo, Assembléia Legislativa e Procon. No interior do Estado, os produtos devem ser encaminhados aos abrigos, Defesa Civil e prefeituras. O governo pede prioridade à doação de água potável para as cidades atingidas, como Itajaí, onde a falta de água é crítica.
A Cruz Vermelha Brasileira e a Comdec (Coordenadoria Municipal da Defesa Civil-SP) também anunciaram a criação de postos para arrecadar doações para as vítimas das chuvas que atingem Santa Catarina. A arrecadação vai funcionar 24 horas na sede da Comdec, na rua Afonso Pena, 130, no bairro Bom Retiro, e na sede da Cruz Vermelha Brasileira, na avenida Moreira Guimarães, 699, no bairro Saúde. As defesas civis das subprefeituras receberão doações em horário comercial.
A recomendação é de que produtos de limpeza não sejam misturados com alimentos e roupa. Os alimentos devem estar dentro da validade, de preferência não perecíveis e com a embalagem em boas condições.
Segundo informações da Agência Brasil, a partir desta quinta-feira (27), as escolas técnicas federais recebem recebem doações. Os interessados em oferecer água potável e doar agasalhos, cobertores e alimentos não-perecíveis devem ligar para o telefone 0800 616161. O endereço das escolas técnicas está disponível no
site do Ministério da Educação (MEC).
A Campanha Nacional de Solidariedade é promovida pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do MEC. De acordo com o ministério, a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica reúne 214 unidades de ensino em todo o país.
Para quem deseja ajudar as vítimas com doações em dinheiro, a Defesa Civil disponibilizou três contas correntes: no Banco do Brasil, a agência é 3582-3, conta corrente 80.000-7; no Besc, agência 068-0, conta corrente 80.000-0; e no Bradesco S/A - 237, agência 0348-4, conta corrente 160.000-1. O nome da pessoa jurídica é Fundo Estadual da Defesa Civil, CNPJ - 04.426.883/0001-57.