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Publicações de Interesse Público

17/07/2024 - INSTITUCIONAL

Projeto quer revogar ato de Vargas que confiscou bens de países inimigos na 2ª Guerra

Projeto quer revogar ato de Vargas que confiscou bens de países inimigos na 2ª Guerra

Deputado Kim Kataguiri diz que decreto-lei de 1942, que atingiu cidadãos alemães, japoneses e italianos, foi uma injustiça histórica

Guilherme Seto
Danielle Brant

Um projeto de lei protocolado na Câmara dos Deputados quer revogar decreto-lei editado pelo ex-presidente Getúlio Vargas que previa o confisco de bens de alemães, japoneses e italianos residentes no Brasil para reparar danos causados pelo ataque ao navio brasileiro Taubaté em 1941.

 Soldados da Alemanha nazista em foto de abril de 1945 - France Presse- AFP 

O texto é de autoria do deputado Kim Kataguiri (União-SP). Em 2021, ele enviou um requerimento de informações ao então secretário da Fazenda, Bruno Funchal, para saber quantos bens confiscados em 1942 ainda eram mantidos sob guarda do Banco do Brasil e do Tesouro Nacional. 

Mesmo com atos revertendo o decreto-lei, alguns bens e direitos nunca foram reivindicados e, com isso, acabaram incorporados ao patrimônio da União, segundo a resposta encaminhada por Funchal.

 O decreto-lei de março de 1942 foi editado pouco depois de o Brasil abandonar a neutralidade na Segunda Guerra Mundial, sob pressão do governo americano. O texto cita o ataque, por forças alemãs, do navio Taubaté, em março de 1941. A embarcação foi atingida por um avião da força aérea alemã enquanto navegava entre Chipre e Egito.

No decreto-lei, o governo brasileiro diz que a aliança entre Alemanha, Japão e Itália tornava essas duas últimas potências solidárias à agressão provocada pelas forças alemães. Por isso, determinou a transferência ao Banco do Brasil de parte de todos os depósitos bancários ou obrigações de natureza patrimonial de alemães, japoneses e italianos ou de empresas pertencentes a esses imigrantes.

Na justificativa, o deputado diz que a revogação é "uma medida necessária e justa para corrigir uma injustiça histórica que não deve mais ser perpetuada.

" Kataguiri lembra que esses imigrantes "não tinham qualquer influência ou participação nas decisões políticas e militares tomadas pelos governos de seus países de origem durante a guerra."


Fonte: Folha de São Paulo 17/07/2024
por: Iris Helena Gonçalves de Oliveira


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