Uma das maiores demandas da 2ª edição do Mutirão PopRuaJud no Distrito Federal foi a busca por acordos referentes ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência, serviço oferecido pela SJDF durante a manhã de ontem (8), no Centro Pop de Brasília.
A previsão é que o evento ocorra trimestralmente e em outras regiões do DF. "O nosso sonho é que um dia esse tipo de trabalho seja encarado de forma natural, as instituições se juntarem para atender o cidadão que não tem acesso se tornar um protocolo e não algo extraordinário, porque o extraordinário, na verdade, são essas pessoas não terem acesso a nenhum tipo de atendimento. Que isso seja compartilhado por mais colegas e órgãos", pontuou o juiz federal Márcio Barbosa Maia, coordenador dos juizados especiais federais do DF.
Rejane Rosa, 71 anos, se emocionou ao saber que o seu pedido de benefício de prestação continuada ao deficiente havia sido deferido em menos de duas horas entre atermação, perícia médica, análise do INSS e assinatura da decisão pelo juiz. "Lutei a minha vida inteira para conseguir algo e estou custando acreditar que agora tenho um benefício para comprar meus remédios, para pagar um médico para cuidar da minha cabeça. Me sinto uma mulher respeitada, não vou mais precisar catar latinhas", comemorou Rejane. Para Ármea Delmondes, supervisora do Cejuc/DF, a importância do PopJudRua é a humanização do atendimento e o resultado que isso pode causar na vida das pessoas que estão acostumadas com a ausência e o distanciamento das instituições garantidoras de direitos. Durante o mutirão, foram realizados 14 acordos, sendo dez de benefício assistencial ao deficiente, um de benefício assistencial ao idoso e três de auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio doença). "É imensurável o resultado que essa humanização pode gerar na vida dessas 14 pessoas que foram atendidas durante a ação", afirmou Ármea.
O evento contou também com a presença da coordenadora do Cejuc/DF, juíza federal Rosemayre Gonçalves de Carvalho. "A parte profissional fica extremamente feliz porque é mais uma vida que encontrou uma solução para seu dilema, uma acolhida do Estado, e a parte pessoal nos estimula, nos mostra que podemos fazer muito mais como magistrados na nossa função que é levar justiça aqueles que realmente necessitam", pontou a magistrada.
O PopRuaJud é fruto de uma parceria entre a Seção Judiciária do DF e o TJDFT, com participação da Secretaria de Desenvolvimento Social e diversos órgãos dos poderes Judiciário e Executivo do GDF.