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Publicações de Interesse Público

17/10/2024 -

Não há necessidade de decretar horário de verão para 2024, diz ministro Silveira

Não há necessidade de decretar horário de verão para 2024, diz ministro Silveira

A medida era esperada por parte do setor para aliviar o estresse na operação do sistema elétrico no fim do dia por alguns meses do ano  

 Por  Rafael Bitencourt ,
Valor — Brasília

Brasil

 Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) havia recomendado o retorno do horário de verão — Foto: Marcello Casal Jr/ABr

 O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o horário de verão não será adotado no Brasil, em 2024. A medida era esperada por parte do setor para aliviar o estresse na operação do sistema elétrico no final do dia por alguns meses do ano. O horário especial havia sido extinto em 2019, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.  

 “Chegamos à conclusão que não há necessidade de decretação de horário de verão para este período, para este verão”, disse Silveira, entrevista à imprensa, na sede do Ministério de Minas e Energia. “Nós temos segurança energética assegurada”, garantiu.  

 Com disponibilidade limitada de hidrelétricas a serem chamadas a operar, devido ao baixo volume de chuvas em bacias hidrográficas estratégicas, a medida inibiria o acionamento das térmicas mais caras. Esse ajuste na rotina é capaz de aumentar a segurança no fornecimento de energia e reduzir despesas do setor.  

 “Condão energético, mas também econômico” Silveira observou que o horário de verão tem um “condão energético, mas também econômico”. Segundo ele, a França, por exemplo, usa a estratégia de adiantar os relógios para “impulsionar sua economia”.  

 No caso do Brasil, o ministro explicou que o horário de verão serve para “segurar”, em momentos de sobrecarga do sistema, o horário de ponta (pico de consumo).  

 O ministro disse que o maior custo-benefício da adoção do horário de verão no Brasil se dá em outubro, novembro e meados de dezembro. Ele afirmou que, se a medida fosse adotada agora, o país não poderia colher frutos da decisão este ano, pois a decretação do horário especial exigiria prazo adicional de planejamento e adaptação.   

No dia 19 de setembro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já havia recomendado o retorno do horário de verão, o que foi sugerido ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Na ocasião, Silveira comentou que o horário de verão poderia gerar uma economia de R$ 400 milhões.  

 "Não me convenci da necessidade"
Segundo o ministro, o que dá tranquilidade é o fato de não haver risco energético. "Ainda não me convenci da necessidade de decretar o horário de verão." 

No dia 24 de setembro, o ONS apresentou dados sobre o impacto da adoção do horário de verão. De acordo com o Operador, a decisão de fazer a população adiantar os relógios pode reduzir a demanda noturna de eletricidade em até 2,9% e empurrar o pico de consumo de energia no país em até duas horas.   

Sobre a economia de custos, o ONS defendeu que o horário de verão pode trazer uma redução de R$ 244 milhões a R$ 356 milhões com a geração termelétrica, a depender do cenário analisado.   

Empresas apoiam mudança
Para o diretor presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE), Alexei Vivan, a adoção do horário de verão visa, principalmente, à preservação do sistema elétrico em horário em que ele costuma ser mais demandado pela população, com aumento concentrado do consumo de energia ao final do dia, ao retornar para suas residências. Ele reconhece que a economia de energia que proporciona é “pequena”, mas reforça que, mesmo assim, é capaz de reduzir o despacho das termelétricas, que proporciona uma energia “mais cara e poluente”.  

 “A adoção do horário de verão parece-nos que seria positiva, conforme estudo divulgado anteriormente pelo ONS. Há um benefício ao comércio também, especialmente de bares, shoppings e restaurantes, pois grande parte das pessoas saem do trabalho ainda de dia”, disse Vivan, que também é presidente do Sindicato das Indústrias de Energia do Estado de São Paulo (SindiEnergia-SP). O presidente da ABCE, contudo, admite que boa parte da população é contrária à medida, por conta da dificuldade de adaptação biológica, ao acordarem ainda de noite e irem dormir mais cedo, mas ressalta que “aliviar esse estresse” do sistema elétrico com essa mudança de hábito seria “aconselhável”. 


Fonte: Valor Econômico 17/10/2024


Iris Helena
Biblioteca


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