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12/05/2006 15:40 -

Índio e mais dois são condenados por tráfico

Índio e mais dois são condenados por tráfico

Índio da tribo tikuna nascido no Amazonas, Emiliano Pereira Ferreira foi condenado a oito anos e dez meses de reclusão por tráfico de cocaína no município de Altamira, oeste do Pará. A sentença condenatória (veja a íntegra), que impôs a três pessoas o cumprimento de penas que superam os 40 anos de prisão, foi prolatada pelo juiz federal Antônio Carlos Almeida Campelo, quando respondia pela subseção da Justiça Federal no município.

Além de Emiliano, foram condenados Kerly Feitosa Granjeiro - apontada na sentença como a "organizadora da empreitada criminosa" -, que vai cumprir 21 anos e um mês de reclusão, e Francisco Teixeira de Farias, apenado com 12 anos. Emiliano recebeu a pena menor porque o magistrado concluiu não ter sido intensa a sua culpabilidade na consumação dos crimes de traficar entorpecentes e associar-se para o tráfico. Os três condenados poderão apelar da sentença para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, mas continuarão presos.

O juiz rejeitou a tese levantada pela defesa de que Emiliano, por pertencer a uma comunidade indígena, demonstra desconhecer em parte ou totalmente a ilicitude dos atos que praticou. "Apesar de pertencer a uma etnia indígena, o réu comunica-se perfeitamente na língua portuguesa e foi levado pelo lucro fácil em uma arriscada investida, juntamente com sua família, iludido com a promessa de receber R$ 4 mil. Ainda mais, demonstrou argúcia ao compreender que a viagem com a família não despertaria tanta suspeita das autoridades policiais", fundamentou Antônio Carlos Campelo.

Em flagrante - Kerly, Francisco e Emiliano, segundo denúncia do Ministério Público, foram presos em flagrante em 22 de dezembro de 2004. Com eles foram encontrados seis pacotes de cocaína em uma sacola, quando viajavam em um microônibus de Altamira para Marabá. Posteriormente, outros seis pacotes da droga foram encontrados em poder de Emiliano, no quatro da pousada onde estava hospedado em Altamira.

Interrogado pela Polícia, Emiliano contou que uma pessoa chamada Xavier, conhecido por "Peruano", propôs-lhe levar uma quantidade de substância entorpecente de Tabatinga (AM) até Altamira, passando por Parintins (AM). Recomendado-lhe que viajasse com sua família para não despertar suspeitas. Ao chegar a Parintins (AM), Emiliano contactou com Francisco e Kerly. Partiu de Parintins, acompanhado de sua esposa, três filhas e Francisco até Santarém. De Santarém, viajaram de microônibus até Altamira - onde Kerly já se encontrava - e ficaram hospedados em uma pousada próxima à rodoviária.

No dia em que foram presos, Kerly e Francisco pegaram com Emiliano seis pacotes de cocaína e informaram que, depois, passariam para buscar o restante, mas foram interceptados e presos por agentes federais que já acompanhavam a movimentação dos três acusados. Emiliano afirmou que receberia R$ 4 mil pelo transporte da droga, mas recebeu apenas R$ 300. Confirmou também que, no momento da abordagem policial, estava no quarto da pousada com uma sacola azul, que continha seis pacotes de cocaína.

Segundo Campelo, Kerly "revelou-se como a organizadora e a financiadora da empreitada criminosa interceptada. Com a prisão de seu companheiro Wilder Ardella Micchue, de nacionalidade peruana, Kerly, que também usa o nome de Roberta Kerlia Costa Fernandes, assumiu o lugar-tenente do negócio de tráfico de drogas ilícitas, antes comandado por Wilder."


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