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Publicações de Interesse Público

18/11/2024 -

PF investiga se autor de atentado contra o STF agiu sozinho

PF investiga se autor de atentado contra o STF agiu sozinho

Casa onde vivia Francisco Wanderley Luiz em Rio do Sul (SC) foi incendiada na manhã de domingo; ex-mulher de chaveiro ficou ferida 

Por Isadora Peron — De Brasília  

Política 

Casa incendiada em Rio do Sul: avaliação da PF é que incêndio na residência do chaveiro não deve atrapalhar investigações — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros de Santa Catarina

 A Polícia Federal (PF) vai investigar o incêndio ocorrido no domingo (17) na casa onde vivia o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, autor do atentado contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A suspeita é que o fogo tenha sido colocado pela ex-mulher de Luiz, que está gravemente ferida após a ocorrência. 

A avaliação inicial, porém, é que o fato não vai atrapalhar as investigações, porque a PF já havia realizado buscas na residência, que ficou praticamente destruída depois do incêndio.

 O Corpo de Bombeiros da cidade foi acionado no início da manhã para conter o fogo na residência, mas quando chegou lá o incêndio já havia comprometido parcialmente o local, de cerca de 50 metros quadrados.

 A ex-mulher de Luiz foi retirada do interior da casa por vizinhos. Segundo as informações iniciais, ela foi levada ao hospital com queimaduras em 100% do corpo. 

Um dos focos do inquérito aberto pela PF é descobrir se Luiz agiu sozinho e se teve algum tipo de ajuda financeira para cometer o ataque. A investigação tramita no STF e tem como relator o ministro Alexandre de Moraes, que já atua em apurações envolvendo atos antidemocráticos. 

Além das diligências como as buscas realizadas em Rio do Sul e Brasília e depoimentos que foram colhidos inclusive durante o fim de semana, a PF também pediu a quebra de sigilo fiscal, bancário e telemático do autor do atentado.

 Os peritos também já deram início à perícia no celular encontrado com o homem. Luiz foi candidato a vereador pelo PL, mas não se elegeu. As informações já colhidas mostram que ele estava em Brasília pelo menos desde julho, quando alugou um pequeno imóvel, em Ceilândia, cidade-satélite do Distrito Federal. 

A PF também tenta descobrir se ele participou dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 ou se frequentou o acampamento montado em frente ao Exército por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Por ora, as informações levantadas ainda não são conclusivas.

 Na quinta-feira, em entrevista coletiva, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que havia “indícios de planejamento de longo prazo” do atentado. Para ele, o episódio não se trata de “um fato isolado” e deve ter relação com outros casos já investigados pela corporação. 

Segundo Andrei, o caso está sendo investigado sob a ótica de duas hipóteses: crime de terrorismo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. 

Após o atentado, o Supremo decidiu reforçar a segurança do prédio do Tribunal e aprimorar um sistema de identificação visual, que passou a ser usado após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. 

Ainda na quarta-feira, a polícia judiciária voltou a cercar o edifício-sede com grades, medida que será adotada por tempo indeterminado.

 A equipe de segurança também reforçou o protocolo adotado para quem quer entrar no prédio do Tribunal e suspendeu as visitas públicas ao local - em agosto, Luiz realizou um desses passeios guiados e chegou a postar uma foto nas redes sociais, em tom de ameaça. 

No Congresso, as deputadas Fernanda Melchionna (Psol-RS) e Sâmia Bomfim (Psol-SP) acionaram a Polícia Legislativa e pediram o esclarecimento sobre os últimos passos de Luiz antes do atentado e sobre a circulação dele dentro das dependências do Congresso horas antes do ocorrido. 

“Sabemos que não é um ato isolado. É desdobramento de uma política de violência fomentada pela extrema direita. Vamos exigir uma investigação séria e a punição a todos os possíveis envolvidos em mais este ato terrorista”, pontua Fernanda. 


Fonte: Valor Econômico 18/11/2024

Iris Helena
Biblioteca


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