A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), em nota assinada por seu presidente, Fernando Cesar Baptista de Mattos, classifica de “criminosa e ofensiva à cidadania e ao Estado Democrático de Direito” atitude como a que resultou na interceptação clandestina de conversa telefônica entre o ministro-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e um senador, conforme revelado pela revista “Veja” em sua edição desta semana.
É a seguinte a íntegra da nota da Associação, que se solidariza com o presidente do Supremo:
A Associação dos Juízes Federais do Brasil - AJUFE, entidade de classe de âmbito nacional, vem a público manifestar repúdio às interceptações de conversas telefônicas do Ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, divulgadas na última edição da revista Veja.
É inaceitável que se façam escutas clandestinas em gabinetes e linhas telefônicas de qualquer autoridade da República, principalmente do presidente do Supremo Tribunal Federal.
O fato noticiado é ainda mais grave porque a atividade clandestina foi atribuída ao órgão de informação e manutenção da segurança institucional da Presidência da República.
Atitude dessa natureza é criminosa e ofensiva à cidadania e ao Estado Democrátido de Direito. Se o chefe do Poder Judiciário tem sua vida privada invadida dessa forma ilegal e violenta, é de se imaginar os abusos que sofrem os cidadãos em seu cotidiano. Isso é intolerável.
Por isso tudo, os fatos noticiados têm que ser apurados com rigor, apontando-se e punindo-se os responsáveis.
Fernando Cesar Baptista de Mattos
Presidente da AJUFE