Marely Galvão e Mariana Garcia: violência doméstica em debate
	Servidores da Justiça e da PRPA que assistiram à mesa-redonda

A defensora da Infância e da Juventude Marely Marvão, que atua no Núcleo de Apoio Especializado à Criança e ao Adolescente (Naeca) da Defensoria Pública, disse nesta quarta-feira, 25, no auditório da Seção Judiciária do Pará, que a violência doméstica não se restringe à agressão física praticada no interior dos lares. Até o ciúme doentio entre um casal pode representar, segundo a defensora, uma forma de violência que contribui para a desagregação familiar.

Marely Galvão participou no auditório “Min. Antônio de Pádua Ribeiro”, da Justiça Federal, de mesa-redonda que discutiu a violência doméstica e faz parte da programação da Semana do Servidor. Aberta na segunda-feira (veja aqui), a Semana é realizada conjuntamente, neste ano, pela Seção Judiciária e pela Procuradoria da República no Pará.

A diretora do Foro em exercício da Seccional, Hind Ghassan Kayath, e o procurador-chefe da Procuradoria da República, Felício Pontes Jr., estiveram presentes à abertura da mesa-redonda. A juíza destacou a relevância do tema e ressaltou que ela mesma já teve oportunidade de tratar de assuntos diretamente relacionados à criança e ao adolescente, antes de ingressar na magistratura federal.

Marely Marvão reforçou que a violência doméstica se dá num âmbito muito mais amplo do que se imagina. Citou especialmente o campo emocional, em que a relação entre os pais, ou entre pais e filhos e marcada ora por ciúmes, ora pelo que denominou de “teatralização”, da qual se vale um dos membros da família para impedir o outro de adotar certas condutas ou manter certos hábitos.

A defensora pública atestou, com base nos números mais recentes sobre a violência entre crianças e adolescentes, que é crescente o número de jovens infratores, “que têm tudo para se transformar em adultos infratores”, conforme ressaltou Marely Galvão. Entre os fatores que levam os jovens a delinqüir, ela mencionou a sede de consumo. “Há muitos adolescentes que, como não têm qualquer discernimento, vêem na televisão a propaganda de um tênis do Ronaldinho e passam a querer um igualzinho àquele, nem que para isso tenham de cometer uma infração penal”, disse a defensora.

A psicóloga Mariana Gaspar Garcia, que também atua no Naeca, mostrou que a violência doméstica ocorre igualmente na classe média, decorrência de uma estrutura familiar em que pai e mãe passam a maior parte do tempo fora de casa, trabalhando, e de outros fatores. Citou o caso de um adolescente denunciado pelo próprio pai porque fazia pequenos furtos em casa, prática que continuou mesmo quando o casal se separou e o filho ficou sob a guarda de um dos pais.

A Semana do Servidor conjunta SJPA/PRPA incluirá exposição de talentos e coquetel. Para esta sexta-feira, 27, está programada palestra sobre “Segurança Pessoal”. À noite, haverá a apresentação da “Bandalheira”, o grupo musical da PRPA. No sábado, 28, a partir das 8h, a Semana do Servidor será encerrada com café-da-manhã e caminhada no Bosque Rodrigues Alves.