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09/11/2015 14:00 -

Juízes e servidores destacam Herculano Nacif como cidadão e magistrado

Juízes e servidores destacam Herculano Nacif como cidadão e magistrado

Magistrados e servidores da Justiça Federal no Pará manifestaram-se, nesta segunda-feira (09), consternados com o prematuro falecimento, no início da madrugada de domingo (08), do juiz federal da 5ª Vara da Seção Judiciária de Rondônia, Herculano Martins Nacif. O magistrado morreu em acidente automobilístico na BR-364, a cerca de 160 quilômetros de Rio Branco (AC).

Mineiro de Abre Campo, Herculano tomou posse em 2001 e foi designado para entrar em exercício primeiramente como juiz federal substituto da 3ª Vara, especializada em matérias de natureza criminal, e que já tinha como titular o juiz federal Rubens Rollo D’Oliveira. Posteriormente, o magistrado atuou em Altamira, onde instalou a subseção local, e no município de Marabá.

O diretor do Foro da Seção Judiciária, juiz federal Arthur Pinheiro Chaves, destacou que a morte de Herculano priva a magistratura federal de um de seus melhores valores. “Tive a oportunidade de ter convívio mais próximo com o juiz federal Herculano Nacif quando fui promovido juiz titular da 3ª Vara da Seção Judiciária de Rondônia. A recepção foi a melhor possível e vou ser sempre grato por ter recebido o apoio que precisava do colega nesse momento de mudança, o que destaca uma das suas qualidades, que era a do exercício da solidariedade. Colega que se demonstrava operoso, passou por seções e subseções consideradas de difícil provimento com a vontade e o destemor que marcam aqueles que elegem do exercício da judicatura sua razão de viver. Perde-se um grande colega. Espero que os familiares tenham o conforto necessário nesse momento trágico e difícil”, afirmou o diretor do Foro.

“Carismático” - O juiz federal Rubens Rollo D’Oliveira declarou-se chocado com a morte do colega e lembrou que Herculano era muito amigo da juíza federal Fabíola Bernardi, que também morreu tragicamente em acidente de avião próximo ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, de Manaus (AM), em maio de 2004. Para Rubens, “a Justiça Federal está de luto. E todos nós estamos. Quem conviveu com Herculano sabe como ele era: um homem de bem, uma pessoa trabalhadora, um juiz simples, humilde, um excelente pai de família. Era extremamente carismático. Não havia quem não gostasse do Herculano. Essa é uma perda inestimável para todos nós, seus amigos”.

“O olhar justo e o coração desprovido de vaidades fizeram com que a sua magistratura fosse exercida com a excelência de ser humano, e não com a excelência inerente ao cargo. Foi um juiz digno do título de doutor. Que Jesus o abençoe, nosso, para sempre, doutor Herculano!”, disse a analista judiciária da 3ª Vara da Seccional de Belém, Edilene das Graças Silva Santos.

O juiz federal da 4ª Vara, Antônio Carlos Almeida Campelo, lembra que viu Herculano pela primeira vez em 2001, quando ambos esperavam a chamada para a prova oral do concurso para juiz federal, em Brasília, e o reencontrou posteriormente em 2002, já atuando na 3ª Vara, em Belém. "Andava devagar, tinha a fala mansa com jeito típico mineiro, muitas vezes com um cigarro na mão. Cativava todos com seu jeito simples, bastante conversador, contador de 'causos', com um sorriso largo e uma voz rouca, que gostava de empostar quando tinha uma viola por perto. Depois tive bastante contato em Altamira, onde trabalhamos por um longo período, eu substituindo ele, já titular. Era adorado pelos servidores e por toda a comunidade. Somente parecida juiz dentro do fórum, com decisões justas e inteligentes. Fora dali, era o bom mineiro, o companheiro para todas as horas. Era o nosso amigo mineiro, gente boa. Deus te receba, querido amigo", desejou Campelo.

“Cara do bem” - O diretor da secretaria da 4ª Vara, Gilson Pereira da Costa, conheceu Herculano quando trabalhava na Subseção de Altamira, em 2006, e confessou que inicialmente chegou a não acreditar na morte do juiz, ao tomar conhecimento do fato no domingo de manhã. “Entristecido, li as inúmeras lamentações dos ex-servidores de Altamira em relação ao querido amigo. À unanimidade de nossos sentimentos, as mensagens retrataram o ser humano ímpar, juiz de alto quilate, um cara do bem. Pensei: agora vão externar todas as suas inúmeras qualidades de cidadão e de magistrado, ao amor ao próximo, ao modo simples de dizer, de fazer e de viver. Acreditem, pois é a pura verdade! Tive a honra de encontrar esse ser em minha vida profissional e social. O legado e exemplos deixados pelo dr. Herculano Marins Nacif serão seguidos e que o mesmo viverá para sempre em nossas memórias”, diz Gilson.

A servidora Ana Christina Maranhão Juliano, da Subseção Judiciária de Marabá, era diretora de Secretaria da então Vara Única, quando Herculano Nacif foi lotado na unidade. “A direção de secretaria ao lado doutor Herculano foi de grande importância para a minha experiência profissional e de vida. Eu costumava dizer que ele era uma ‘máquina’ para trabalhar. A agilidade e o comprometimento eram impressionantes. Por outro lado, tinha a descontração e a serenidade do magistrado seguro de sua posição, que se refletia no saudável trato com os seus colegas, servidores, advogados e jurisdicionados. As marcas que deixou quando de sua passagem pela Subseção Judiciária de Marabá foram a inquestionável competência e a alardeada ausência de vaidades”, define a servidora.

Em Rondônia, as últimas homenagens ao juiz federal Herculano Martins Nacif foram prestadas por magistrados, servidores, advogados e amigos na Seção Judiciária, em Porto Velho. O corpo será velado em Belo Horizonte (MG), em local a ser divulgado pela família, onde receberá homenagens póstumas. O sepultamento ocorrerá no Cemitério Parque Bosque da Esperança, na capital mineira.

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Na foto, o juiz federal Herculano Martins Nacif na casa de um ribeirinho, durante Juizado Itinerante na região do Rio Madeira, em Rondônia (foto divulgada pelo juiz federal Alexandre Henry Alves em seu perfil numa rede social)


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