A Justiça Federal recebeu nesta segunda-feira a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, uma tradição que já está completando os dez anos e se integra ao transcurso de mais um Círio, que se realiza no segundo domingo de outubro. Missa celebrada pelo padre Eloi Wayth reuniu magistrados, servidores (inclusive vários aposentados), estagiários, terceirizados e jurisdicionados. Após a celebração, foi oferecido um almoço a todos os presentes.
Como parte do evento, nesta terça-feira (11) foram entregues cerca de 320 quilos de alimentos não perecíveis e roupas que juízes e servidores da Seção Judiciária doaram para a Amidifae, associação sem fins lucrativos, mais conhecida como "Casa da Sopa". Situada no bairro do Guamá, um dos mais populosos de Belém e com maior número de famílias carentes, a entidade, que tem à frente o próprio padre Eloy, distribui gratuitamente mais de 2 mil pratos de sopas por dia, na hora do almoço, além de cestas básicas, e oferece tratamento médico e odontológico, dentre outros serviços.
A Imagem Peregrina foi trazida até o edifício-sede da Justiça Federal pelos diretores da Festa de Nazaré 2018 Roberto de Oliveira Corrêa e Jorge Rezende, acompanhada de batedores da Polícia Militar do Estado e integrantes da Guarda de Nazaré. Membros da Comissão Organizadora, à frente a juíza federal Carina Senna, diretora do Foro, conduziram a imagem ao auditório, onde foi celebrada a missa.
Durante a homilia, padre Eloi destacou a importância da devoção a Maria como fator fundamental para preservar a disseminar valores como os da solidariedade e do respeito ao próximo não apenas nas relações familiares, mas em todos os ambientes, inclusive os de trabalho. Ele alertou ainda para as consequências danosas que ocorrem quando as sociedades se afastam de Deus.
“Quando Deus está fora do contexto, parece que tudo começa a desmoronar, como o País que nós temos. Por que o País está desmoronando? Falta de Deus. Poucos são os que buscam Deus. Se numa população de 2 milhões de habitantes, 300 mil pessoas frequentarem as igrejas é muito. Isso demonstra a perda dos valores cristãos, dos valores da família”, afirmou o celebrante.
Ele destacou que o Círio de Nazaré é sempre uma oportunidade para o fortalecimento da fé. “Tudo o que me aproxima de Deus tem algo de bom. Maria reflete sinais de fé entre nós. A mulher escolhida, a mulher do evangelho, a mulher da Bíblia, a mulher que mostra sua grande força pela sua singular humildade e simplicidade, tudo isso nos traz um aspecto profundo para o exercício da nossa fé”, reforçou o sacerdote.
Padre Eloi fez uma vinculação entre a lei e a aplicação da justiça como realidades que têm íntima ligação com os valores da espiritualidade cristã. “É impossível pensar a Justiça sem Deus, mesmo porque vimos e vemos Jesus falar das duas coisas prioritária na sua missão: a lei e a justiça. E é justamente esta Casa que promove estes atributos a nós: a lei e a justiça. Deste modo, podemos entender que Deus quer que a gente viva esse contexto, essa realidade. Precisamos mais do que nunca fortalecer as nossas instituições, que no decorrer destas últimas décadas foram devastadas. É preciso erguer as instituições porque, se no quadro da espiritualidadde, no quadro de Deus a justiça é prioridade, entre nós, humanos, a justiça também deve ser prioridade. Se não houver justiça, não haverá amor, integridade e uma verdadeira sociedade. A sociedade se consome quando ela perde o sentido de Deus que se faz na justiça e na lei”, disse o padre.
O celebrante ressaltou que momentos como o da missa no auditório da Seção Judiciária representam o que ele classificou de “uma motivação para um tempo sem motivação, para um tempo sem vida, para um tempo sem perspectiva, sem expectativa”. As pessoas, alertou o padre, “estão vivendo um tempo se motivação. A vida parece que está esvaziada, cada um agindo do seu jeito, do seu modo. E eu digo sempre que o tempo de Belém é o tempo de setembro e outubro. É o tempo que o povo mais reza. Esse tempo é propício à oração, e isso dinamiza a nossa vida”.
Organização - A visita da Imagem Peregrina foi organizada por uma comissão presidida pela juíza federal Carina Senna e integrada pelos servidores José Luiz Miranda Rodrigues, Carol Marques Medrado Damasceno, Carolina Costa Moda Beltrão, Esther Dolores de Parijós Galende, Fernando Augusto Silva de Lima, Keila Viviane Vilar de Paiva, Paulo Vicente Fernandes Galende, Suellen Polaro Franco David, Shirley Rosianne Maria Paes da Consolação, Sílvia Mary Cardoso de Almeida, Roberta Medeiros de Rezende, Paulo Alex da Costa Pena, João Ronaldo Nascimento da Trindade, Simone de Luna Gonçalves Castañeda, Víndia Pinheiro de Souza Barros e Paulo Sérgio Pôrto Bemerguy.
A missa contou ainda com a participação do Madrigal Vitória-Régia, sob a regência do maestro Elias Carvalho e integrado pelos servidores Josué de Jesus Pinho Botelho, Lauriano Pinto dos Anjos, Mônica Genu, Eladi Pinto Barata, Márcia Souza Silveira, Oscarina Kauati e Sílvia Mary Cardoso.
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Fotos da Seção de Comunicação Social e da servidora Andressa Martorano Priante