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Notícias

24/01/2008 18:43 -

Marcelo Gabriel nega sociedade com Chico Ferreira

Marcelo Gabriel nega sociedade com Chico Ferreira

O empresário Marcelo Gabriel, filho do ex-governador Almir Gabriel, disse na manhã desta quinta-feira, em depoimento na 3ª Vara da Seção Judiciária do Pará, especializada em ações criminais, que foi procurado para interceder junto a um ex-secretário de Estado para que intercedesse em favor de empresa de João Batista Ferreira Bastos, o Chico Ferreira. Afirmou ainda que é dono de quatro empresas e teve participação em investimentos de empresa privada que explora o Terminal Rodoviário de Belém

Marcelo é um dos denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) em supostos crimes descobertos pela Operação Rêmora, em novembro de 2006. Além dele, figuram na denúncia mais 18 pessoas, inclusive Chico Ferreira, que cumpre pena de prisão após ser condenado pela morte dos irmãos Novelino, em abril do ano passado.

O filho do ex-governador manifestou-se pela primeira vez, em juízo, sobre interceptação telefônica da Polícia Federal, transcrita nos autos. Na conversa, Chico Ferreira pede que Marcelo seja o intermediário junto ao ex-secretário Paulo Chaves, titular da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), de negociações sobre dívidas da Estação das Docas com empresa do próprio Chico. O juiz perguntou-lhe por que Chico Ferreira procurou o depoente. Marcelo respondeu que isso deve-se ao fato de que é amigo de Paulo Chaves há mais de 25 anos.

Empresas - Marcelo confirmou que é dono das seguintes empresas: Cateto Comércio e Distribuidora Ltda., que trabalhava na área de distribuição de alimentos e material de escritório; Celta Construtora e Incorporadora Ltda., que atuava na área de construção civil; Ponto Um Comércio e Distribuidora Ltda; Reciclean Indústria e Comércio Ltda.

O réu garantiu ao juiz, entretanto, que todas essas empresas se encontram sem movimentação. Algumas, disse ele, funcionaram por pouco tempo, outras nem chegaram a entrar em atividade, como seria o caso da Ponto Um. Esclareceu ainda que constituiu a Ponto Um e a Reciclean com o fim específico de registrar seus nomes e impedir que outra pessoa usasse tais expressões, uma vez que trabalha na área de marketing.

Marcelo Gabriel disse que não recebeu nenhuma proposta e nem exigiu qualquer participação financeira nos valores devidos pela Estação das Docas à empresa da família. Acrescentou que nunca teve qualquer relacionamento profissional com a Service Brasil, de Chico Ferreira. Assegurou que nunca teve nenhum poder de gerência ou administração na Service e jamais intermediou qualquer contrato a favor da empresa, seja com pessoas jurídicas públicas ou privadas.

Terminal rodoviário - Confirmou ainda que, em relação à Clean Service, sua atuação se limitava à área de marketing e planejamento estratégico e que prestou serviços para a empresa Athiva Administração e Consultoria Ltda., entre 2005 e 2006. Disse que, na Athiva, sua atuação se limitou basicamente a intermediar a contratação da Sinart (Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico), empresa privada que explora o Terminal Rodoviário de Belém.

Marcelo garantiu que não é sócio da Sinart, mas teve participação em dois investimentos. Afirmou ter investido juntamente com a Sinart na construção de 15 salas no segundo pavimento do prédio do terminal rodoviário. Por isso, recebia 40% dos aluguéis de tais salas. O valor da obras, segundo Marcelo, foi de aproximadamente de R$ 20 mil a R$ 25 mil, em valores atualizados. Disse ainda que conhece Antonio Carlos Fontelles de Lima, amigo de sua família há mais de 40 anos, mas que nunca o procurou pedindo para favorecer qualquer empresa em licitações no Ipasep, órgão do qual Fontelles era presidente.

O réu assegurou que nunca foi sócio, empregado, procurador ou representante da empresa Service Brasil, empresa de Chico Ferreira, a quem conhece desde 2003. Afirmou ainda nunca teve nenhum poder de gerencia ou administração na Service e nunca intermediou qualquer contrato a favor dessa empresa com pessoas jurídicas públicas ou privadas;

O denunciado disse que, a partir de 2003, começou a prestar serviços informalmente para a Clean Service. O trabalho consistia em apresentar clientes para a empresa e sua remuneração era constituída por um percentual incidente sobre o valor dos contratos. A partir de 2004, foi contratado como autônomo e passou a trabalhar na área de marketing e na área de planejamento estratégico da empresa. Marcelo Gabriel garantiu, todavia, que não tinha poder de gerência ou administração na Clean.

Depois dos depoimentos de Luiz Fernando Gonçalves da Costa, na última terça-feira, e de Marcelo Gabriel, apenas o empresário Chico Ferreira falta ser submetida a interrogatório. O depoimento, segundo anteriormente definido pela 3ª Vara Federal, estará marcado para a próxima terça-feira, 29 de janeiro, a partir das 8 horas.


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