Oito pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal pelo crime de tráfico internacional de drogas foram condenadas pela Justiça Federal no Pará, em sentença do juiz federal Rubens Rollo D’Oliveira, da 3ª Vara, especializada em ações criminais. Os cerca de 25 quilos de cocaína apreendidos pela Polícia Federal estavam disfarçados em pó de café e achocolatado. Dos oito réus, sete deles foram punidos com penas superiores a dez anos de reclusão. Todos ainda podem recorrer da sentença ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília (DF).

A pena mais pesada, de 21 anos e quatro meses de reclusão, foi imposta a Alberto Figueiró Gomes. A pena estipulada para Valdenor José Rodrigues dos Santos foi de 17 anos e quatro meses. Ronaldo Cruz Cordeiro, Pool Cristian Pissango Gomes, Sebastião Souza da Silva Filho, Marcos Grandez Rengifo e Mário Gomes Alves Filho foram sentenciados, cada um, a 13 anos e quatro meses da prisão. Cesar Panduro Garcia pegou oito anos e dez meses.

O magistrado manteve a prisão dos réus, por entender que o fato de deixá-los em liberdade “significaria um incentivo à prática do tráfico internacional ilícito de entorpecentes. Além disso, há de ser ressaltado que o crime de tráfico é equiparado a hediondo, para o qual existe vedação legal de liberdade provisória”, acrescentou o juiz. Rubens Rollo também decretou o perdimento, em favor da União, dos bens apreendidos, à exceção de dois veículos, que permanecerão apreendidos até que se resolva quem são seus legítimos proprietários.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal, vinha monitorando os acusados até o momento em que eles foram presos, no início de novembro de 2008. Sob a orientação do peruano César Garcia, o transporte de cocaína era feito a partir da cidade de Tabatinga (fronteira com Letícia, na Colômbia) até Belém.

Navio - A PF, num primeiro momento, abordou os envolvidos e prendeu Pool, Ronaldo e Mário, quando também foi apreendida parte da droga a bordo do navio “Rondônia”, em que os três réus viajavam. O veículo Fox, conduzido por Valdenor, no qual também estava César Garcia, empreendeu fuga, em manobra que quase atinge agentes federais. Valdenor foi logo preso. O peruano conseguiu escapar, mas posteriormente também foi capturado pela PF.

Alberto Figueiró, o réu que recebeu a pena mais alta, foi condenado não apenas pelo crime de tráfico internacional de drogas como pelo crime de associação para o tráfico. Segundo a sentença, o réu foi “movido por dolo intenso e, sabedor do perigo de ser preso em flagrante, incumbiu terceiros de receber a cocaína que foi transportada como se fosse café em pó e achocolatado, por via fluvial, em rota conhecidíssima do tráfico ilícito internacional.” Ao ser interrogado, Figueiró, que responde a outro processo pro crime de tráfico, informou que já foi condenado por crime de homicídio.