A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira, 2, 35 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão expedidos pela Subseção da Justiça Federal em Altamira. A Operação Ananias - referência a personagem bíblico mencionado no livro Atos dos Apóstolos como tendo omitido o real valor do dinheiro arrecadado com a venda de um terreno - começou nas primeiras horas do dia e pretende desarticular quadrilha acusada de praticar fraudes na legalização de madeira.
Agentes da Polícia Federal cumprem diligências em Belém, Santarém, Altamira, Uruará, Placas, Itaituba e Porto de Moz. Até às 11h da manhã de hoje, 13 pessoas já tinham sido presas, sendo cinco em Belém, cinco em Altamira e três em Santarém. Em Icoaraci, distrito de Belém, a Polícia prendeu um empresário, proprietário de uma madeireira. Na capital, dois funcionários da Sectam (Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente) e uma despachante também foram presos.
A Polícia Federal informou que a fraude contava com a participação de empresários, despachantes e funcionários públicos das secretarias estaduais de Meio Ambiente e da Fazenda. A quadrilha fraudava documentos de natureza fiscal e o DOF (Documento de Origem Florestal), entre outros, para legalizar a extração e o transporte de madeira ilegal.
Esta é a primeira vez que fraudadores são presos desde que o DOF foi implantado, em setembro do ano passado. O sistema substituiu a ATPF (Autorização de Transporte de Produtos Florestais). Os envolvidos nas fraudes ficarão presos por cinco dias e responderão ao processo em liberdade. Eles foram autuados por corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e crime ambiental.