Não falar ao telefone celular nas vias urbanas, não deixar objetos de valor à vista dentro de veículos, não ficar dentro de carros que estejam estacionados ou parados em lugares públicos e expor-se com bastante cautela nas redes sociais para não divulgar informações que possam facilitar ações criminosas são condutas preventivas que podem, na maioria das vezes, preservar a vida de qualquer pessoa em ambientes mais propícios à ação de assaltantes.
As orientações foram apresentadas a magistrados e servidores da Justiça Federal no Pará na tarde desta quinta-feira (20), em Belém, durante palestra que abordou o tema "Como viver na cidade sem ser vítima de violência urbana - questão de atitude mais que de força". O palestrante, Flávio Bosco Di Mambro, é pós-graduado em Segurança Pública, servidor da Justiça Federal no Distrito Federal, coordenador do Grupo Especial de Segurança do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, e fundador do Serviço de Segurança Destacado de Inteligência na Seção Judiciária do DF.
O juiz federal diretor do Foro, Sérgio Wolney de Oliveira Batista Guedes, ressaltou que a presença de Di Mambro na Seccional do Pará atende ao objetivo de aperfeiçoar os mecanismos de segurança institucional, destinados a proteger não apenas magistrados e servidores, mas os jurisdicionados que diariamente circulam nas dependências das Justiça Federal. "Nesse ambiente de insegurança em que vivemos, nada mais oportuno do que um técnico, que conhece profundamente o assunto, transmitir orientações sobre como procedermos para ter a melhor segurança possível", disse o diretor do Foro.
Prevenção - "Quando o assunto é segurança, nada é totalmente garantido. Mas a prevenção é essencial, ou mesmo é quase tudo. Em verdade, para preservarmos nossa vida, precisamos de 90% da prevenção, de 5% de reação e de 5% de sorte", ensinou o palestrante. Par ilustrar, ele mostrou um vídeo em que em que homem invade a sala de recepção de um órgão, onde estão cinco pessoas. Todas atendem às ordens e entregam seus pertences, menos uma moça, que não apenas se recusa a entregar seu telefone celular como ainda reage agride fisicamente o assaltante, que atira duas vezes contra ela. "A vítima só não morreu porque os dois disparos falharam. Nesse caso, ele contou com os 5% de sorte", reforçou Di Mambro.
O palestrante mencionou dados mostrando que há cerca de três anos, entre os crimes registrados em Belém, 80% relacionavam-se ao patrimônio das vítimas e 20% contra a vida humana. Os dias de maior incidência da criminalidade, de acordo com os mesmos dados apresentados por Di Mambro, eram sexta-feira, sábado e domingo. E 78% do atos criminosos ocorreram em vias públicas e apenas 22% em ambientes privados. "Por isso é que andar na rua exige muitos cuidados, porque há vítimas que facilitam a ação de assaltantes. Todos sabemos que a oportunidade faz o ladrão. E a oportunidade, portanto, aumenta os risco de crimes, porque o infrator busca sempre o benefício por meio do menor risco ou da melhor vítima", alertou o palestrante.
O juiz federal da 1ª Vara, Cláudio Henrique Fonseca de Pina, considerou a palestra das mais oportunas e ressaltou que, em meio à violência e criminalidade que existem em todo lugar, o cidadão tende cada vez a tornar-se mais recluso, preferindo ficar em casa a correr o risco de expor-se à ação de assaltantes que podem atacar nos momentos mais inesperados. Servidores narraram experiências em que foram vítimas de assalto e também apresentaram sugestões sobre certas cautelas que passaram a adotar para reduzir a possibilidade de que venham a ser atacados por bandidos.
---------------------------------------------------
Na foto do alto, o palestrante Flávio Bosco Di Mambro e o diretor do Foro, juiz federal Sérgio Wolney de Oliveira Batista Guedes
Na foto foto acima, servidores durante a palestra realizada no auditório da Seção Judiciária do Pará