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O Juizado Especial Federal (JEF) e o Núcleo Judiciário (Nucju) da Justiça Federal em Belém informaram no início da noite desta quinta-feira, 31 de maio, que cerca de 8.500 pessoas ajuizaram ações para recuperar as perdas que poupadores sofreram em 1987, quando o Plano Bresser, lançado pelo governo federal, alterou a forma de cálculo dos índices de correção das cadernetas de poupança. Todos os autores alegam que tinham poupança na Caixa Econômica Federal.
Hoje foi o último dia para que os titulares de caderneta de poupança com aniversário nos dias 1º a 15 e saldo na conta em junho de 1987 entrassem com ações na Justiça para recuperar as perdas do Plano Bresser. O valor “esquecido” nos bancos deve chegar a R$ 2 trilhões em todo o País.
O supervisor do JEF, Arnaldo Salles, disse que apenas nesta quinta-feira, das 8h da manhã às 16h, quando foi encerrada a distribuição de senhas, foram atendidas 3.500 pessoas, diretamente no auditório da Justiça Federal. Além desse total, outras 3 mil pessoas protocolaram ações na segunda, terça e quarta-feira. Outras 2 mil foram ajuizadas por advogados, na condição de procuradores de pessoas que se sentiram lesadas pelo Plano Bresser.
Do início da semana até esta quinta-feira, a Justiça Federal precisou montar um esquema especial de atendimento, que mobilizou cerca de 40 funcionários de vários setores da Seção Judiciária, para atender aos poupadores que formaram filas imensas. Hoje, as filas se estenderam da frente da Justiça Federal, na rua Domingos Marreiros, dobraram a esquina da Generalíssimo Deodoro e entraram na rua Boaventura da Silva, que fica atrás do prédio-sede da Justiça Federal. O diretor da Secretaria Administrativa (Secad), José Luiz Miranda, disse que pessoas doentes, portadores de necessidades especiais e gestantes tiveram preferência no atendimento. Muitos nem precisaram pegar senha. A Seção Judiciária, segundo José Luiz, também acionou uma ambulância do Serviço 192, que durante boa parte da tarde de hoje ficou preparada para prestar pronto atendimento a pessoas que eventualmente se sentissem mal.
O supervisor do JEF, Arnaldo Salles, garantiu que todos os poupadores que vieram à Justiça Federal foram atendidos. “Foi um esforço enorme. Mais de 30 servidores do Juizado, de outras varas e de outros setores da Seção Judiciária se uniram num mutirão para dar conta do volume de atendimentos. Mas nenhum dos poupadores que veio à Justiça Federal deixou de ser atendido, a não ser aqueles que tinham cadernetas no Banco do Brasil e outros bancos. Quanto a esses, deveriam se dirigir ao Juizado Especial do Estado. Na Justiça Federal, só atendemos aos poupadores da Caixa”, informou Arnaldo.
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