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06/03/2020 16:00 -

Programação pelo Dia da Mulher tem feira, exibição de documentário e debate sobre violência de gênero

Programação pelo Dia da Mulher tem feira, exibição de documentário e debate sobre violência de gênero

O Dia Internacional da Mulher, que transcorre neste domingo (08), foi marcado na Justiça Federal por uma programação que incluiu a exibição de um documentário retratando assédios e violências de gênero que mulheres sofrem constantemente no espaço público e a realização da Feira das Mulheres Empreendedoras, em que foram expostos para venda produtos feitos artesanalmente.

Com direção de Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão, o documentário, intitulado “Chega de Fiu Fiu”, traça um panorama da violência de gênero que se dissemina pelo Brasil por meio da história três mulheres de diferentes regiões do País: Rosa Luz, de Brasília (DF); Raquel Carvalho, de Salvador (BA); e Teresa Chaves, de São Paulo (SP).

Durante os debates que se seguiram à exibição do filme, a juíza federal Alcioni Escobar da Costa Alvim, que funcionou como mediadora, ressaltou que a forma como se viabilizou o documentário – através de um financiamento coletivo que alcançou o valor necessário de contribuições apenas 24 horas depois de ser aberto para adesões numa plataforma digital – confirma a atualidade do tema relacionado à violência de gênero no espaço público.

Lançado em maio de 2018, o documentário, conforme lembrou a juíza Alcioni Alvim, é fruto da “Chega de Fiu Fiu”, uma campanha contra o assédio sexual em espaços públicos criada pela jornalista Juliana de Faria, fundadora, em julho de 2013, do projeto Think Olga, que trabalha pela igualdade de direitos de circulação e cidadania entre homens e mulheres. Impactadas pela divulgação de ilustrações com mensagens de repúdio a esse tipo de violência, milhares de mulheres começaram a relatar casos em que foram vítimas de assédio nas ruas de centenas de cidades brasileiras.

"Objetos" - Durante os debates, os que assistiram ao filme concordaram que as situações e os depoimentos mostrados retratam fielmente uma realidade em que até mesmo a conformação da zona urbana das cidades – onde muitas ruas não têm iluminação, por exemplo - favorece condutas agressivas que tendem a tratá-las como objetos. Várias servidoras acrescentaram ainda que temas como o abordado no documentário devem ser amplamente discutidos entre os próprios homens, que em boa parte ainda consideram normal assediar uma mulher, inclusive em espaços públicos.

“A programação que elaboramos este ano pretendeu, principalmente, congregar magistradas, servidoras, estagiárias e terceirizadas em torno de um tema, como a violência de gênero, que está presente no dia a dia de todo mundo. Por isso é que um documentário como o ‘Chega de Fiu Fiu’ interessa também ao segmento masculino, neste momento em que discutimos intensamente, em todos os âmbitos, a revisão de antigos valores, preconceitos e condutas que afetam profundamente, para não dizer perversamente, a dignidade da mulher”, avaliou o diretor do Núcleo de Recursos Humanos (Nucre), Ednilson de Jesus Silva, coordenador do Programa de Qualidade de Vida e Bem-Estar (Probem).


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