A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará apresentou na tarde desta quinta-feira (09), na 4ª Vara da Justiça Federal, Samuel Felipe Dias Rocha, que se encontrava foragido. Ele estava com prisão preventiva decretada pelo juiz federal Antônio Carlos Almeida Campelo desde a semana passada, por ser um dos envolvidos no baleamento do agente da Polícia Federal Luís Márcio Alvarenga, 36 anos, atingido na noite de 1º de junho passado, quando chegava ao prédio onde mora no bairro de Batista Campos, em Belém.
Na última terça-feira (07), Campelo já havia mantido a preventiva de outro suspeito, Rafael de Sousa Barbosa, que foi trazido à 4ª Vara para a audiência de custódia. Um terceiro suspeito de participar do assalto ainda se encontra foragido. O agente Luís Márcio Alvarenga, atingido na cabeça, ainda se encontra em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital de Belém.
Samuel não prestou declarações à Imprensa e foi conduzido sob algemas para a sede da Polícia Federal, onde ficou de ser ouvido ainda na tarde desta quinta-feira. O advogado Leonardo Carvalho Barra, que fez a apresentação do investigado, disse que o próprio Samuel procurou a OAB-PA informando que pretendia se entregar, porque temia sofrer um atentado à sua integridade física. O suspeito relatou, inclusive, que homens encapuzados já o teriam procurado.
O advogado disse ainda que a própria Comissão de Direitos Humanos da Ordem, com a concordância do suspeito, pediu ao juiz da 4ª Vara que convocasse toda a Imprensa de Belém para registrar a apresentação do investigado. "Nós queremos, com isso, deixar bem claro que a OAB-PA entrega o preso à Justiça Federal e à custódia do Estado com a sua integridade física preservada", explicou o advogado.
O juiz Antônio Carlos Campelo explicou que não poderia fazer qualquer pergunta sobre o suposto envolvimento do investigado porque ele estava apenas sendo apresentado em juízo. "Isto aqui ainda não é nem mesmo uma audiência de custódia, que eu ainda vou marcar. Agora, o investigado será conduzido à Polícia Federal e começará a responder ao inquérito. Se ficar demonstrada a sua participação no episódio, aí sim, ele votará à 4ª Vara da Justiça Federal em uma outra oportunidade, já na condição de réu, para participar da instrução processual", disse o magistrado. O inquérito, de acordo com o juiz, deverá ser concluído em até 15 dias, prorrogáveis por igual prazo.