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29/04/2008 17:38 -

Termo de ajuste de conduta reordena uso de praia em Salinópolis

Termo de ajuste de conduta reordena uso de praia em Salinópolis

Termo de Ajuste de Conduta (TAC) homologado pela juíza federal substituta da Subseção Judiciária de Castanhal, Carina Senna, estabelece o dia 1º de junho deste ano como o prazo a partir do qual a Prefeitura de Salinópolis e dezenas de barraqueiros deverão começar a cumprir acordo que pretende reordenar as atividades e o uso de todas as áreas situadas na praia do Atalaia, a mais freqüentada do balnerário, situado a cerca de 200 quilômetros de Belém.

A partir de agora, a prefeitura está obrigada a recolher o lixo da praia e dar destinação segura e adequada a todos os rejeitos. Também não poderá mais autorizar shows e outros eventos esportivos e culturais em áreas de uso comum, sem a permissão prévia da Gerência Regional do Patrimônio da União (GRPU).

O TAC, formalizado na segunda-feira (28) durante audiência na Subseção Judiciária de Castanhal, foi assinado pelo advogado Miguel Brasil Cunha, representante da Prefeitura de Salinópolis; pelo representante da Advocacia-Geral da União (AGU), Denis Moreira; por Anginaldo Vieria, defensor público da União; pelo procurador da República Felício Pontes Jr.; pela representante da GRPU, Helena Mariza; pela representante do governo do Estado, Christianne Ribeiro Klautau; e pela advogada Rosália de Almeida e Silva, representante dos barraqueiros, vários deles também presentes à audiência.

Ao mesmo tempo em que homologou o termo de ajuste de conduta, a juíza de Castanhal autorizou a desinterdição das fossas sanitárias de 62 barracas situadas na praia do Atalaia. A magistrada determinou que, a cada 60 dias, o município de Salinópolis e os barraqueiros providenciem junto à Coordenação de Vigilância Sanitária uma vistoria que deverá comprovar se estão cumprindo os termos de parecer técnico que recomenda várias providências para preservar a área. A vistoria deverá ser apresentada em juízo, sob pena de nova interdição.

O processo que envolve os barraqueiros do Atalaia teve início em julho do ano passado, quando o juiz federal substituto Ruy Dias de Souza Filho, que então respondia pela Subseção de Castanhal, concedeu liminar determinando, a pedido da AGU, que a Prefeitura de Salinópolis interditasse imediatamente os banheiros e as fossas das barracas e disponibilizasse 200 banheiros químicos portáteis. O magistrado também proibiu a prefeitura de conceder alvará, licença ou autorização para ocupação e utilização das áreas de propriedade da União, sem prévia concordância do Poder Público Federal, no caso a GRPU.

Reordenamento - O TAC assinado agora tem como referência o chamado “Projeto Orla” – que prevê o reordenamento de toda a orla de Salinópolis -, mas restringe-se apenas “à regularização da praia do Atalaia, não prejudicando, por isso, ações administrativas e judiciais da União em relação a outras praias e áreas do município.” O Museu Emílio Goeldi e o Instituto de Perícias Científicas Renato Chaves comprometeram-se a colaborar com o Projeto Orla, bem como deverão fazer inspeções e perícias in loco, “seja para subsidiar estudos, exames ou atestar eventuais danos ou riscos ambientais.”

A Prefeitura de Salinópolis está obrigada a providenciar o recolhimento diário do lixo produzido ao longo da praia por barracas e restaurantes, consumidores e banhistas, “sem prejuízo dos demais permissionários de espaços públicos encarregados da limpeza de seus estabelecimentos e áreas limítrofes de influência.”

O TAC também obriga prefeitura a providenciar a segura destinação do lixo recolhido, “reprimindo depósitos clandestinos em áreas de proteção permanente e sem os cuidados necessários para preservação do meio ambiente e da saúde pública.”

O termo prevê ainda que a Prefeitura de Salinópolis, os proprietários, usufrutuários, locatários e ocupantes de barracas comerciais precisarão pedir prévia autorização para a GRPU, com antecedência de 60 dias, quando quiserem promover eventos esportivos e culturais nas áreas comuns do povo. No caso dos particulares, além da permissão da GRPU, precisão depois consultar a própria prefeitura.

O TAC atribui à prefeitura a tarefa de veicular campanhas educativas, “antes e durante feriados e período de férias escolares, junto aos barraqueiros e usuários das praias do município, quanto à necessidade de preservação do meio ambiente, bem como, mensalmente, sobre a programação das atividades Projeto Orla.”

Segundo o termo de ajuste, os proprietários, usufrutuários, locatários e ocupantes de barracas comerciais que não cumprirem o acordo homologado pela Justiça Federal de Castanhal serão considerados em situação irregular e responderão “nos termos da lei, ficando a GRPU obrigada a exercer o poder de polícia em relação aos que estejam em situação irregular.”


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