O juiz federal Wellington Cláudio Pinho de Castro, da 4ª Vara, especializada em ações penais, começou a ouvir as testemunhas no processo em que o administrador de empresas Márcio Assad Cruz Scaff é acusado de ter provocado a morte, por atropelamento, da polícia rodoviária federal Vanessa Siffert, 35 anos.
Vanessa foi atropelada na noite de 16 de outubro de 2006, quando trabalhava em uma fiscalização de rotina na barreira da Polícia Rodoviária Federal de Ananindeua, na rodovia BR-316. Ela foi atingida pelo Celta Vermelho de placas JUH-7104, dirigido por Scaff, que trafegava no sentido Ananindeua-Belém, e seguia pela faixa onde os cones de sinalização da barreira estavam posicionados.
A policial morreu no dia seguinte ao atropelamento, por volta das 17h30, em conseqüência de traumatismo crânio encefálico. A vítima, que fazia a fiscalização com um colega, ainda chegou a perceber a aproximação do carro em alta velocidade e tentou escapar correndo para o outro lado da pista. Ainda assim, o motorista atingiu os cones, perdeu o controle da direção e atropelou Vanessa. A policial, segundo a PRF, estava em Belém há apenas três meses, vinda do Estado de Minas Gerais, aprovada em concurso público que fez em 2006.
Em audiência nesta terça-feira, 22, foram ouvidas as testemunhas de acusação Marco Antônio Miralha Bastos, Sérgio Heikel Figueira, Regina Célia de Oliveira Braga e Dilma Socorro Sampaio. No dia 13 de março deste ano, serão ouvidas mais duas testemunhas de acusação. Posteriormente, o magistrado ouvirá as testemunhadas arroladas pela defesa do administrador de empresas.
A testemunha Paulo Francis Castilho de Alencar, motorista do Instituto Médico-Legal de Castanhal, não pôde ser ouvida porque faleceu vítima de tentativa de assalto à mão armada no dia 31 de dezembro de 2007, na Rua Antônio Barreto, próximo à Travessa Três de Maio.
A testemunha Sérgio Heikel Figueira, policial rodoviário federal, confirmou ao juiz ter visto que o carro dirigido pelo réu invadir a área que estava protegida pelos cones e atingir a vítima. Dilma Sampaio afirmou que estava de plantão no serviço do Samu e, ao prestar socorro a Valéria, percebeu que ela usava o equipamento de segurança, que consiste em faixas que refletem quando iluminadas.
Marco Antônio, policial rodoviário federal, contou que, ao chegar ao local, o acidente já tinha ocorrido. Disse que, no decorrer dos procedimentos de identificação, conversou com o acusado e ouviu dele a afirmação de que não teria visto os cones e a sinalização. Regina Célia, técnica em enfermagem, informou ao magistrado que não presenciou o acidente, mas prestou socorro à vitima, que foi encaminhada ao Hospital Metropolitano de Belém.