Tribunal do Júri Federal vai julgar nesta quarta-feira (24) cinco índios da etnia Amanayé, acusados de envolvimento na morte de um integrante da própria tribo, Manoel Denildo da Silva Santos. O crime ocorreu em 2002 na Fazenda Balalaica, situada no município de Ipixuna do Pará, a cerca de 250 km de Belém. O processo começou na Comarca de Aurora do Pará, mas posteriormente foi transferido para a Justiça Federal, instância competente para julgar indígenas.
A sessão será instalada às 10h, no auditório da Justiça Federal (Rua Domingos Marreiros nº 598, bairro do Umarizal) e será presidida pelo juiz federal da 4ª Vara, Antônio Carlos Almeida Campelo. O procurador regional da República José Augusto Torres Potiguar vão atuar na acusação dos réus.
Os cinco índios – Antonio Rosa Trindade, vulgo “Onça”; Benedito Rosa Trindade, o “Bilu”; Domingos Rosa Trindade, o “Pirá”; José Rosa Trindade, o “Zeca”; e Manoel Rosa Trindade, o “Bal” – foram denunciados pelo Ministério Público Federal em 5 de abril de 2004 pelo crime de homicídio por motivo torpe.
Segundo a denúncia, no dia 15 de dezembro de 2002 a vítima caçava em companhia de três amigos quando foi surpreendido com a chegada dos réus, que estavam num barco. Armados, eles começaram a discutir com Denildon, porque este teria se recusado a levá-los a um local conhecido pela existência de cipós. Os índios, de acordo com o MPF, desarmaram Denildo e atiraram nele, que morreu instantaneamente.
A Defensoria Pública Pública da União, que atuou na defesa dos réus, ainda chegou a recorrer da sentença de pronúncia (que aceitou a denúncia do MPF e mandou os réus ao Júri), mas o recurso foi negado em abril de 2014 pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília (DF).