Os métodos de investigação do Crime Organizado foram tema da reunião da Rede de Inteligência e Inovação da 1ª Região (Reint1), nessa terça-feira, dia 25 de outubro. Na oportunidade, a Rede recebeu o promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) Lincoln Gakiya. O encontro teve coordenação temática do corregedor regional da Justiça Federal da 1ª Região, desembargador Néviton Guedes, e coordenação executiva do corregedor penitenciário federal, juiz federal Francisco Renato Codevila Pinheiro Filho, da Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF).
Lincoln Gakiya integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de SP (Gaeco) em Presidente Prudente (SP). O promotor, responsável pela maior investigação sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC), apresentou o atual panorama da Organização Criminosa em todo país.
Quebra na cadeia de comando - Com um formato piramidal de organização, o PCC possui uma liderança que se localiza no ápice da pirâmide e uma base formada pelos demais integrantes distribuídos por setores compartimentados (setor financeiro, setor de raio-x, setor da sintonia restrita, entre outros), uma estrutura que, de acordo com Lincoln, “faz uso de fundamentos de inteligência que dificultam atingir o ápice de pirâmide a partir das investigações que se iniciam lá na base”.
Para tentar minimizar os impactos do PCC nas investigações realizadas pelo Ministério Público, o procurador explicou que é necessário provocar uma quebra na cadeia de comando, por meio da transferência das suas principais lideranças para o Sistema Penitenciário Federal, a exemplo do que foi feito, em novembro de 2018, com os líderes da Organização, entre eles, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Durante o encontro, Lincoln Gakiya falou, ainda, sobre as fontes de arrecadação da OC; as dificuldades no combate ao tráfico internacional de drogas; as rotas transnacionais; a formas de atuação (ataques a bancos e empresas de valores, assassinato de agentes públicos, resgate de presos, envio de armamento e dinheiro, tráfico internacional e lavagem de dinheiro); e sugestões de combate a essas organizações.
Os desembargadores Néviton Guedes e Maria do Carmo Cardoso agradeceram a contribuição do promotor de Justiça Lincoln Gakiya com o tema “Crime Organizado: métodos de investigação”, que servirá de referência para a elaboração de Nota Técnica sobre o “Controle da investigação policial pelo Judiciário”, de relatoria do juiz federal diretor do foro da Seção Judiciária de Roraima (SJRR), Bruno Hermes Leal.
RF/CB
Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal da 1ª Região