O Selo CAU/DF foi entregue ao Edifício-Sede II do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) no dia 17 de agosto, Dia do Patrimônio Histórico, ficando assim entre os dez edifícios mais bem avaliados do ano de 2022 pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU/DF). Entre alguns dos motivos que levaram o espaço a receber a homenagem estão harmonia estética e conservação das estruturas originais da fachada do edifício, de referencial moderno, além da boa manutenção do prédio realizada pela gestão do órgão.

Lançado em agosto de 2020 por iniciativa da Comissão Temporária de Patrimônio da autarquia, o Selo CAU/DF pretende reconhecer o valor histórico das edificações não monumentais de Brasília também com o objetivo de divulgar as boas práticas de conservação e manutenção dos prédios que preservam a linguagem arquitetônica do movimento moderno brasileiro. No total, foram contemplados com a certificação neste ano nove edifícios comerciais/institucionais (incluindo o Sede II do TRF1) e uma escola.

Durante a solenidade de outorga, foi colado à placa interna disposta no hall de entrada do edifício o Selo CAU/DF, além de terem sido entregues certificados ao autor do projeto original, aos responsáveis técnicos pela obra e ao condomínio (no caso, o TRF1).

Para o diretor da Secretaria de Gestão Administrativa (SecGA) do Tribunal, Agamenon dos Santos Torres, que participou representando a Administração do Tribunal, é elogiável o propósito do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do DF de diversificar homenagens a profissionais de sua categoria. “A homenagem, mais como um reconhecimento coletivo, é um incentivo ao aperfeiçoamento e à mestria. Portanto, parabéns aos profissionais que hoje estão sendo homenageados, e para esta Corte é motivo de orgulho um prédio que recebe do CAU-DF uma importante distinção”, afirmou o diretor. Ele lembrou ainda que é a Divisão de Engenharia e Manutenção Predial que cuida de todos os prédios do TRF1, sendo importante homenagear esses profissionais e grandes servidores que cuidam dos edifícios.

O evento também contou com a presença do autor original do projeto do edifício, o arquiteto e urbanista RR Roberto. Na época em que realizou o projeto, por volta de 1976, ele ocupava o lugar do diretor de departamento de arquitetura do Governo do Distrito Federal (GDF). “Como eu sabia da importância que ele teria, eu mesmo fiz o projeto de arquitetura no departamento. Como eu tinha contato com estruturas, pensávamos estruturalmente no edifício pra depois começar a pensar sobre a arquitetura”, conta. Segundo o autor, o edifício segue as linhas modernas, respeitando as normas de construção da cidade.

Por trás do Selo CAU-DF - Durante o evento, o coordenador da comissão de patrimônio e vice-presidente do CAU/DF, Pedro de Almeida, reforçou que o selo vem do desejo de se reconhecerem edifícios tão bem cuidados da cidade, porém que não são esses edifícios reconhecidos como típicos de Brasília, monumentais, e sim edifícios do cotidiano, do ambiente de trabalho, de casa. “E o que é esse reconhecimento? É basicamente estarmos dizendo para a sociedade que esse prédio com 40, 50 anos de história foi muito bem cuidado por sucessivas gestões, e a gente dá essa homenagem em nome da última gestão, mas reconhecendo a todas", salientou. “Outro papel fundamental é jogar luz sobre as autorias originais dos edifícios, porque Brasília não foi feita apenas por Lucio Costa e Oscar Niemeyer, eles são grandes arquitetos, e hoje nós temos a honra e a felicidade de ter um grande autor desses presentes, o RR Roberto”, concluiu.

Já segundo o arquiteto Matheus Seco, um dos membros da Comissão que avaliou o edifício em vistoria realizada no dia 21 de junho deste ano, antes mesmo de trabalhar o reconhecimento da preservação do edifício, há uma fase de avaliação dos edifícios que tem um valor arquitetônico segundo vários critérios. “Tem uma série de princípios da arquitetura moderna que são vistos como o valor, além da qualidade estética, e essas particularidades são avaliadas antes de a gente avaliar se o prédio foi bem mantido durante esses anos ou não. Então o selo, além de a gente fazer esse reconhecimento sobre a preservação do edifício, existe também o reconhecimento do valor arquitetônico que essas obras têm”, explicou.

De acordo ainda com o profissional de arquitetura urbanística, o Edifício-Sede II é muito bem protegido da insolação e, com a idade que tem, possui uma boa eficiência energética e um bom funcionamento do corpo de sombreiros das fachadas.

YI/AL

Assessoria de Comunicação Social

Tribunal Regional Federal da 1ª Região