A Importância da Gestão do Conhecimento (GC) e seu significado conceitual e prático foi o tema da 2ª edição on-line do Café com Conhecimento, ocorrido nessa sexta-feira, dia 27 de maio, promovido pelo Comitê Multidisciplinar de Gestão do conhecimento (Cogecon) em parceria com a Seção de Ações Educacionais Presenciais (Sedup).

Na abertura do evento, o diretor do Sedup e coordenador do Cogecon, Jean Carlo Batista Oliveira, fez uma breve apresentação da iniciativa Café com Conhecimento, “que tem a premissa de divulgar e provocar reflexão acerca de aspectos relevantes da gestão do conhecimento e temas afins, casos de sucesso e boas práticas, por meio do compartilhamento de experiências e conhecimentos, tanto da Justiça Federal, quanto de outras organizações públicas e privadas”.

E para provocar essa reflexão, a primeira palestrante do encontro foi Renata Monteiro, diretora de conteúdo e comunicação da Sociedade Brasileira de Gestão de Conhecimento (SBGC), que abordou o conceito de GC, o modelo usado pela Organização e como implementá-lo na prática. “Gestão do conhecimento é compreender e perceber o contexto para uma abordagem intencional de gestão de processos para identificar, mapear, compartilhar, reter, proteger, criar e aplicar conhecimento em produtos, serviços, metodologias e ações de uma organização e/ou sociedade...”, explicou a diretora de conteúdo.

Nesse sentido, Renata resumiu a definição como sendo “um método, uma técnica de gestão utilizada para resolver problemas estratégicos”. E detalhou que esses problemas ocorrem através de muitos desafios, que podem ser organizacionais ou profissionais. Contudo, podem ser solucionados a partir de um modelo que considera três dimensões do negócio: o Alinhamento com o negócio; as iniciativas e práticas de GC, e a existência de um ambiente facilitador.

Para isso aconteça, Renata ressaltou a importância de saber como e onde enxergar o conhecimento naquilo que realizamos no dia a dia, “uma sugestão é que a gente repense a nossa forma de enxergar o conhecimento. É preciso, muitas vezes, trocar a lente para que a gente perceba isso, nas pequenas coisas que realizamos diariamente”.

E como treinar o olhar para enxergar o conhecimento? Primeiro, é preciso entender o contexto em cada um está inserido, por meio do mapeamento do conhecimento chave para a sua atividade. Na prática, a diretora sugere começar com pequenos passos, evoluindo aos poucos; não confiar na memória; valorizar o que já existe; reconhecer o que dá certo; promover a troca de experiências; registrar as lições aprendidas e avaliar o melhor recurso para registrar determinado conhecimento. “Com conhecimento organizado e acessível, você evita o retrabalho; ganha agilidade na capacidade de resposta e tomada de decisão, qualidade na coleta de dados e tempo para se dedicar a outras questões”, afirmou Renata.

Descomplica INSS - Para ilustrar os bons resultados conquistados a partir da Gestão do Conhecimento, a juíza federal Rosimayre Gonçalves, coordenadora do Centro de Inteligência e do Centro de Conciliação da Seção Judiciária do Distrito Federal (Cejuc/SJDF) compartilhou sua experiência na implementação do projeto “Descomplica INSS” no Centro de Conciliação.

Segundo a magistrada, o que começou como o desenvolvimento de um sistema de cálculos para o Cejuc trouxe vários desafios, como longos prazos para marcação de audiência, documentação irregular, um número muito grande de processos, filas demoradas, e, principalmente, um jurisdicionado que necessitava de soluções mais céleres.

A partir das necessidades imediatas (prática transparente, universalizada, inclusiva, simples, desburocratizada e rápida) foi desenvolvida, com base em ações já praticadas por alguns servidores do Cejuc e em parceria com representantes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Planilha de Cálculos de Acordos INSS, que executa, de forma simples e descomplicada, cálculos de valores atrasados de toda a gama de benefícios previdenciários.

A ferramenta nasceu com o objetivo de desburocratizar o processo de conciliação e de julgamento, aliviar a carga de trabalho dos envolvidos e possibilitar uma conferência rápida e fácil pelos advogados e pelas partes.

Nesse contexto, o projeto foi testado ainda durante a realização de audiências presenciais em 2019, em que realizou 7.980 audiências em processos previdenciários de benefícios por incapacidade e assistenciais, alcançando um índice de 83% de acordos. Segundo Rosimayre Gonçalves, “o uso do Descomplica INSS permitiu a realização de cálculos de atrasados de forma rápida, o que reduziu o tempo de audiência de 45/50 minutos para 30 minutos”, e ainda foi essencial para a manutenção dessas audiências em ambiente virtual com a chegada da pandemia de Covid-19.

No último ano, em 2021, o Cejuc/DF realizou 8.337 audiências, por meio do Descomplica INSS. “E isso tudo só foi possível, por meio da gestão prática do conhecimento. Nós mapeamos todo o conhecimento no contexto da estrutura da Seção Judiciária do Distrito Federal, entendemos a nossa equipe, quais conhecimentos possuíam, agregamos todos esses conhecimentos e transformamos nisso que é hoje o Descomplica”, afirmou a magistrada.

Intervalo musical - Durante o intervalo do encontro, os participantes realizaram a prática de relaxamento no “Momento Respira”, ministrada pela servidora Marília, diretora da Divisão de Gestão da Informação, Jurisprudência e Biblioteca (Digb) e instrutora de Yoga e respiração funcional. Além da prática, os participantes acompanharam a apresentação musical do servidor do TRF1, César de Alencar, funcionário do gabinete do desembargador federal João Batista Moreira, e participaram do sorteio, ao vivo, de seis livros relacionados à temática doados pela Associação dos Servidores da Justiça Federal (Assejufe), em apoio ao evento.

Casos de sucesso - Ao fim do intervalo musical, Tomé Machado, gerente de Gestão de Conhecimento da Amazul Tecnologia de Defesa e conselheiro da SBGC e, Vinícius dos Anjos, diretor de Gestão de Conhecimento da Itaguaí Construções Navais, contaram experiências de sucesso em Gestão do Conhecimento, na área Naval.

Tomé Machado abordou o caso da Amazul, empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa, por meio do Comando da Marinha do Brasil, que tem por objetivo promover, desenvolver, transferir e manter o conhecimento de tecnologias necessárias ao Programa Nuclear Brasileiro (PNB) e ao Programa Nuclear da Marinha (PNM), e à capacitação de pessoal para elaboração de projetos e para o acompanhamento e a fiscalização da construção de submarinos no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).

Em seguida, Vinícius dos Anjos falou sobre a Itaguaí Construções Navais. A empresa, é responsável pela fabricação do primeiro submarino de propulsão nuclear do Brasil e dos quatro mais modernos submarinos convencionais que estão sendo construídos simultaneamente no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro. Para isso, o diretor destacou a importância da GC, por meio da transferência de conhecimento e treinamento de profissionais, a fim de alcançar a autonomia na construção de submarinos.

No chat do evento, os participantes elogiaram a organização e a escolha dos palestrantes: “O Café com Conhecimento é sempre especial! Parabéns à equipe!”, disse a servidora Marcele Menezes Nascimento. Já para a servidora Maria Solange Grein, “o evento foi muito importante pelos conhecimentos partilhados”. E segundo o servidor, Marcelo Dutra Melo, “aprendi muito nessa tarde. Agradeço e espero outros cafés”.

A terceira edição on-line do Café com Conhecimento está prevista para acontecer no segundo semestre deste ano.

RF

Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal da 1ª Região