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10/05/2022 13:54 - INSTITUCIONAL

Servidores do Judiciário e Ministério Público inscritos no 6º EENFJUD-MP participam de palestra sobre Acolhimento

INSTITUCIONAL: Servidores do Judiciário e Ministério Público inscritos no 6º EENFJUD-MP participam de palestra sobre Acolhimento

O acolhimento de pacientes nos atendimentos vai além da triagem. Esse foi um dos conceitos inseridos no minicurso Acolhimento com a avaliação de risco e vulnerabilidade no serviço de saúde do Judiciário apresentados pela enfermeira da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Mirlene Guedes de Lima, durante a pré-abertura do 6º Encontro de Enfermagem do Judiciário e Ministério Público (VI EENFJUD-MP), promovido em parceria pelos órgãos do Judiciário e do MP.

O encontro acontece nos dias 10 e 11 de maio em ambiente on-line, das 9 às 18h, restrito ao público inscrito. O anfitrião desta edição é o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). A enfermeira do TRF1 Cristiane Neris Abade Brito mediou a primeira parte da programação na manhã desta terça-feira, 10 de maio.

A abertura oficial do 6° EENFJUD-MP será às 14h, com mensagem do Presidente do TRF1, desembargador federal José Amilcar Machado. O evento terá a participação de representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), da Divisão de Assistência à Saúde (Diasa), da Associação Brasileira de Enfermagem - Seção Distrito Federal (ABEn/DF), do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren/DF), da Enfermagem do Judiciário e do Ministério Público.

A palestra sobre acolhimento foi dividida em duas partes. Na primeira, a enfermeira Mirlene Guedes falou sobre como as noções de acolhimento foram aperfeiçoadas nos últimos anos. A profissional falou do acolhimento como uma ação técnico-assistencial que pressupõe a mudança da relação profissional com o usuário por meio de parâmetros técnicos, estéticos, humanitários e de solidariedade. “O acolhimento é importante e vai muito além de uma triagem. É um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, estudar e dar respostas mais adequadas aos usuários; implica prestar atendimento com resolutividade e responsabilização. Esse primeiro contato, o ouvir, e realmente entender qual é a necessidade do usuário quando ele está buscando aquele serviço, é muito importante para o profissional que está na porta de entrada do atendimento”, afirmou.

Segundo Mirlene, os pressupostos do acolhimento são a empatia com a capacidade psicológica para sentir o que sente a outra pessoa, gentileza como uma forma de acolher e respeitar para receber o respeito e compreender a situação classificando o risco do paciente para orientar assertivamente e saber como direcionar a situação. Tudo isso deve ser feito a partir do que ela chamou de escuta ativa. “Os profissionais de saúde precisam chegar na escuta ativa. É uma das ferramentas mais importantes do acolhimento e pode ser empática e trazer um sentimento agradável para quem está buscando o serviço e sendo ouvido pelo profissional. Como é difícil às vezes a gente parar e prestar atenção no que o outro está dizendo e de fato demonstrar atenção, observando sinais, comportamentos, pois isso ajuda na avaliação e classificação de risco”, explicou.

Os protocolos para classificação de risco também foram abordados. A enfermeira ressaltou que os protocolos internacionais mais utilizados classificam o atendimento em emergente na cor vermelha, muito urgente em laranja, urgente em amarelo, pouco urgente em verde e não urgente em azul. E, como o atendimento de saúde no Judiciário é diferente de um serviço hospitalar de saúde pública, é necessário um planejamento para aplicação desses conceitos e metodologias. “É importante olhar para dentro do serviço e fazer uma ressignificação para saber quais dos protocolos melhor se ajustam ao atendimento do Judiciário e MP”, orientou.

Na segunda parte da palestra, Mirlene Guedes falou do acolhimento com classificação de risco e vulnerabilidade. De acordo com a especialista, implantar essa técnica permite identificar as diferentes gradações de risco, as situações de maior urgência e, portanto, proceder à priorização e ao ordenamento dos atendimentos de maneira analítica e justa. “O acolhimento com classificação de risco acontece por meio de escuta qualificada e comprometida com atualização do potencial de risco e agravo à saúde e grau de sofrimento dos usuários, considerando dimensões de expressão física, psíquica, social, e gravidade, que possibilita priorizar os atendimentos de eventos agudos e condições agudas e crônicas conforme a necessidade, a partir de critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis e diretrizes e protocolos assistenciais definidos no Sistema Único de Saúde”, pontuou.

O acesso com equidade durante a avaliação de risco e vulnerabilidade foi colocado como uma preocupação constante no acolhimento à demanda espontânea, que são aquelas que surgem sem agendamento. O objetivo é que a equidade seja aplicada como princípio de justiça que se baseia na premissa de que é preciso tratar diferentemente os desiguais ou cada um de acordo com sua necessidade, corrigindo ações injustas e negativas. “A gente tem que ter esse olhar enquanto profissional de corrigir diferenciações injustas e evitar problemas devido à não observação das várias necessidades. Esse é um grande desafio profissional que está na porta. Por vezes, ficamos muito focados nos problemas do dia a dia e não conseguimos observar essa necessidade diferente que cada um tem, mas isso é muito importante para realmente evitar que haja falhas na condução clínica do usuário que está lá buscando aquele serviço. E isso é de competência individual de cada profissional, que precisa ter esse olhar interno de se trabalhar a escuta qualificada e empática para além do que o usuário está trazendo naquele momento. E essas informações é que vão gerar no profissional essa capacidade de avaliar de forma mais sensata e assertiva o risco e a vulnerabilidade”, detalhou.

O trabalho em equipe também foi destacado como fator de conscientização do papel de cada profissional nos atendimentos das demandas espontâneas. “Atenção à demanda espontânea faz parte das atribuições de todos os trabalhadores da unidade, por isso é importante que os profissionais se reúnam com regularidade para a organização e avaliação do processo de acolhimento e de atendimento dessas demandas. Fazer uma avaliação do trabalho e um plano de cuidado compartilhado é importante”, frisou.

A enfermeira finalizou ressaltando que a “avaliação de risco e vulnerabilidade faz parte do processo de trabalho da equipe na primeira escuta do usuário, que deve avaliar a necessidade de cuidados imediatos, prestar ou facilitar os primeiros cuidados, identificar as vulnerabilidades individuais ou coletivas, classificar o risco para definir as prioridades de cuidado, organizar a disposição dos pacientes nos serviços, de modo a acomodar os que necessitam de observação ou de administração de medicação, ou os que estejam esperando remoção para outro serviço, ou ainda que sejam suspeitos que possam portar doenças infectocontagiosas de transmissão aérea, para então encaminhar o usuário ao cuidado de acordo com a sua classificação”.

Os participantes do encontro tiraram dúvidas e falaram de suas experiências nos serviços de saúde de seus órgãos de origem.

APS

Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal da 1ª Região


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