A cada sete minutos um homem é diagnosticado com câncer de próstata no Brasil e a cada 40 minutos um homem vai morrer da doença. Essas afirmações foram feitas pelo médico uro-oncologista do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e do Hospital Urológico de Brasília, Guilherme Coaracy, durante a live “Novembro Azul - Quebrando Tabu”, nessa quarta-feira, dia 17 de novembro. O evento, transmitido ao vivo pelo canal do TRF1 no YouTube, foi realizado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), por meio da Seção de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho (Sevid), em ação voltada à conscientização e prevenção do câncer de próstata.

Guilherme Coaracy é Uro-oncologista do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e do Hospital Urológico de Brasília; chefe do serviço de Urologia do HBDF; presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Secção DF; Residência médica em Cirurgia-geral e Urologia no HBDF; fellowship em Uro-Pediatria na Universidade de São Paulo (USP); observership em Cirurgia Robótica no Jonhs Hopkins University Hospital, em Baltimore, Estados Unidos (2018).

O médico iniciou sua apresentação destacando o tema da campanha deste ano, da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), - Saúde também é papo de homem! -, e sobre a importância de os homens cuidarem mais da saúde: “Este é um evento importante para o homem adulto sim, mas eu vou falar sobre a saúde masculina de uma forma mais holística”, reiterou.

De acordo com Guilherme, o homem vive sete anos a menos que a mulher e entre as principais causas estão a violência, além de problemas cardiovasculares, como AVC e infartos do miocárdio, e as neoplasias (cânceres), que representam a primeira e a segunda maiores causas, respectivamente, de mortes de homens em países desenvolvidos.

Outra informação ressaltada pelo especialista é que no Brasil dois terços dos homens com mais de 40 anos não realizam o toque retal, o único capaz de apalpar a próstata, e metade dos homens nunca realizou o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico), que detecta alterações na próstata. “Desde que a campanha teve início, seguindo a campanha de prevenção do câncer de mama, os homens têm tido mais consciência com relação à necessidade de se fazer a avaliação urológica seriada, mas ainda hoje dois terços dos homens não realizam o exame e metade dos homens nunca realizou o exame básico para a identificação do câncer de próstata”, afirmou Guilherme Coaracy.

Por que será que os homens fogem do urologista? - Segundo o médico Guilherme, entre os principais motivos que levam os homens a não procurarem um especialista estão: a falta de prioridade com a saúde, a falta da “cultura do cuidado com a saúde”, o machismo (preconceito), o medo de sentir dor, o medo de “achar algo”, a síndrome do “super herói”, a desorganização ou o desleixo e o desconhecimento.

O desconhecimento também se relaciona à especialidade médica “Urologia”, de acordo com o médico, pois muitos homens deixam de procurar o urologista por não saber exatamente do que ele trata. Ele relacionou, ainda, os casos em que o especialista deve ser procurado, como outras doenças da próstata (prostatite, hiperplasia benigna da próstata), cálculo urinários (que podem acontecer em homens e mulheres), problemas hormonais, disfunção erétil, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), outras doenças do trato gênito-urinário, avaliação de fertilidade, adolescência (desenvolvimento,

início da vida sexual, prevenção de ISTs) e gerenciamento da saúde em geral.

Sintomas e prevenção do câncer de próstata - Guilherme Coaracy enfatizou que o câncer de próstata na fase inicial não apresenta sintomas. “Os sintomas relacionados à micção, dificuldades de urinar, necessidade de ir ao banheiro com mais frequência, a sensação de que não esvaziou totalmente a bexiga, esses sintomas estão relacionados ao crescimento benigno da próstata e não do câncer de próstata. Os sintomas relacionados ao câncer de próstata costumam aparecer numa fase mais tardia da doença e não na sua fase precoce”, explicou.

Quanto à prevenção, o urologista ressaltou que não existe tratamento precoce para esse tipo de câncer, indicando uma alimentação saudável baseada numa dieta Mediterrânea, com muitos vegetais, frutos do mar, menos carne vermelha, que diminui o risco de qualquer tipo de câncer, assim como, de obesidade, que está diretamente relacionada ao aumento do número de casos de câncer, além de outros fatores de risco como o uso indiscriminado de anabolizantes.

Como você quer estar daqui a cinco, dez, quinze, vinte anos?”, questionou Guilherme a fim de enfatizar que somente o diagnóstico precoce pode aumentar as chances de cura e minimizar as sequelas do tratamento da doença. Ele relacionou os tratamentos disponíveis como a vigilância ativa (acompanhamento da evolução dos exames relacionados à próstata ao longo dos anos), radioterapia e cirurgia, além dos avanços apresentados ao longo dos anos em relação a esses tratamentos.

Ao fim do evento, o médico respondeu às perguntas dos participantes e alertou que, a partir de 45 anos, homens com fatores de risco aumentados como, por exemplo, serem da raça negra (em que os casos da doença se mostram mais agressivos) ou com histórico familiar de qualquer tipo de câncer, devem procurar um urologista para avaliação da saúde da próstata e fora esses fatores, homens a partir de 50 anos.

Sorteio - Na ocasião, a supervisora da Sevid, Aline Maria Sá Campos, sorteou um voucher para a aula de vinhos on-line, ministrada pela especialista em vinhos Etiene de Carvalho do @blogvinhotinto.

Para conhecer o ganhador do voucher e assistir a gravação da live, acesse o canal do TRF1 no YouTube.

Essa foi uma ação do Projeto QVT, que busca trazer temas diversos que envolvam a saúde global do corpo funcional, em forma de lives e informativos.

RF

Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal da 1ª Região