As necessidades e os desafios enfrentados no desenvolvimento de tecnologias de Inteligência Artificial (IA) para o Poder Judiciário foram o tema da apresentação do juiz federal Rafael Leite Paulo, da 9ª Vara Federal de Mato Grosso, no webinário “Inteligência Artificial na Justiça”, promovido e transmitido pelo Judiciário Exponencial em seu canal do YouTube, nessa terça-feira, dia 25 de agosto.
Integrante do Painel 3 do evento, o juiz Rafael Leite Paulo discorreu sobre o futuro da IA no Poder Judiciário. O magistrado iniciou a apresentação dele afirmando que, para o Judiciário avançar e aprimorar o sistema de Justiça, “é muito importante a gente abandonar o velho. Não tem como pensar em inovação se continuarmos nos amarrando a velhas tecnologias, que, hoje, são cômodas e viabilizam soluções somente para o que eu tenho agora”.
Para ele, além de “incorporar o novo”, o Poder Judiciário precisa construir soluções integradas que se baseiem num sistema colaborativo. “Hoje em dia, o novo não nos permite desenvolver soluções isoladas, nenhuma das equipes de desenvolvimento tem condições de resolver todos os problemas que elas têm pela frente diante do nível de complexidade a que estamos expostos”, explicou Rafael Leite Paulo.
Ainda de acordo o magistrado, para que o Poder Judiciário brasileiro consiga avançar no desenvolvimento dessas tecnologias, é fundamental que estratégias de construção de IA, já amplamente divulgadas e compartilhadas entre os desenvolvedores nacionais e internacionais, sejam replicadas dentro do sistema de Justiça brasileira. “Essa dinâmica de implementar novos sistemas computacionais de IA demanda que a gente trabalhe de forma colaborativa”, explicou o juiz.
Volume de processos e desenvolvimento de IA - O volume de processos judiciais trabalhados, atualmente, pelo Poder Judiciário demanda uma corrida para o desenvolvimento de tecnologias capazes de entregar uma prestação jurisdicional eficaz à sociedade. “Para que o Judiciário permaneça como um ator relevante na função de pacificar a sociedade, ele precisa correr para entregar soluções tecnológicas de forma que seu serviço seja rápido, com a máxima qualidade e no volume que é demandado”, enfatizou.
“Este é um momento singular na história mundial, nunca tão rapidamente a gente aprontou uma tecnologia”, afirmou o magistrado referindo-se ao desenvolvimento de tecnologias de IA no Poder Judiciário e abordando complexidades a serem resolvidas no âmbito jurisdicional.
Inovação e desenvolvimento de IA - Para o juiz Rafael Leite Paulo, o caminho da inovação na Justiça está diretamente ligado ao desenvolvimento de soluções de IA que promovam melhorias de sistemas e automatização de fluxos, utilizando tecnologias mais novas e modernas que permitam a rápida implementação dessas soluções.
Soluções que contemplem a sociedade e funcionem de maneira integrada, envolvendo grupos de trabalho de diversas áreas, para que o Judiciário seja capaz de realizar “uma apreciação melhor do contexto em que as pessoas, que buscam a Justiça, estão inseridas e das suas necessidades concretas”, afirmou.
O magistrado finalizou sua apresentação fazendo uma avaliação quanto ao futuro da IA no Judiciário. “A minha perspectiva de futuro é tanto a IA influenciando o Direito quanto o Direito tentando influir nos resultados da IA, dando um peso para aquilo que tem de mais singular, a prestação jurisdicional”, concluiu o juiz.
No mesmo painel se apresentaram o juiz auxiliar à Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Bráulio Gabriel Gusmão; o juiz auxiliar à Presidência do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Fábio Ribeiro Porto e a juíza auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça Keity Saboya.
Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal da 1ª Região