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19/05/2023 08:35 - INSTITUCIONAL

TRF 1ª Região debate a síndrome de Burnout e a importância de equilibrar trabalho e bem-estar

INSTITUCIONAL: TRF 1ª Região debate a síndrome de Burnout e a importância de equilibrar trabalho e bem-estar

Realizada no dia 17 de maio, a live “Síndrome de Burnout: como equilibrar trabalho e bem-estar" promovida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região foi conduzida pela psiquiatra convidada Andrezza Brito. O evento on-line foi transmitido pela plataforma Teams e direcionado para o corpo funcional da JF1.

Participaram da live mais de 160 colaboradores da Justiça Federal da 1ª Região, e as mediadoras Aline Maria Lima Sá Campos, do Setor de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho (Setvid), e Ana Alice Siqueira Santos Carvalho, da Coordenação de Assistência à Saúde (Coasa), abriram o evento agradecendo a participação de todos e ressaltando a importância de se tratar o tema, uma vez que é alta a prevalência de doenças mentais no corpo funcional da JF1, representando 20% das queixas.

A palestrante convidada, Andrezza Brito, deu início ao encontro exibindo a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Burnout, que é uma síndrome psicológica resultante do estresse crônico no local de trabalho não gerenciado com sucesso, caracterizada por três dimensões: sentimentos de esgotamento de energia ou exaustão; aumento da distância mental do trabalho ou sentimentos de negativismo relacionados ao trabalho; e eficácia profissional reduzida.

Para a médica psiquiatra, as pessoas que não gostam do próprio trabalho sofrem mais quando acometidas de Burnout e que, por isso, é importante encontrar motivação e objetivos profissionais para além da remuneração. Segundo Andrezza Brito, “é possível encontrar o equilíbrio entre trabalho e bem-estar". A médica relatou ainda que, em seu consultório, a maioria das pessoas dizem não saber o que gostam de fazer e deixou o alerta para a busca desse autoconhecimento e a conciliação das obrigações com atividades prazerosas como medidas importantes para evitar a síndrome.

Os sintomas da síndrome de Burnout podem ser emocionais: cansaço mental, isolamento, alterações repentinas de humor, sentimento de derrota, desesperança, sentimento de incapacidade, sentimento de frustração, negatividade; e físicos: dor de barriga, cansaço extremo, dor de cabeça, redução do apetite, pressão alta, fadiga, dores musculares, alterações dos batimentos cardíacos. A palestrante salientou que, inicialmente, os sinais da síndrome são sutis e possuem progressão gradativa e que é comum um médico não especialista confundir Burnout com depressão, tendo em vista a semelhança entre os sintomas.

De acordo com a especialista, a origem da síndrome de Burnout está relacionada aos recursos de energia mental e física de cada pessoa, que são finitos. Essa energia é um recurso psicológico que controla a emoção, a cognição, o funcionamento da atenção, da memória, do comportamento e regula a orientação motivacional, a autorrecompensa, o julgamento apropriado, a tomada de decisão, a tolerância e a força de vontade. Além disso, é dinâmica e adaptativa e depende de interações complexas entre fatores endógenos (genética, epigenética, personalidade, saúde geral, sono e elementos psicológicos) e fatores exógenos (apoio social, exposição a estressores ambientais e estilo de vida).

A resiliência mental, que é a capacidade de se manter funcional e proficiente ou de obter recuperação rápida após exposição a estressores emocionais, cognitivos ou físicos deve ser vista como um processo dinâmico que permite uma adaptação cognitiva e emocional bem-sucedida a esses estressores. Segundo a psiquiatra, a resiliência mental está relacionada a fatores como o do indivíduo que cresce numa família saudável e amorosa, em um ambiente protetor e de apoio, enquanto um ambiente hostil e desaprovador com adversidades e sofrimento emocional está associado a recursos mentais de resiliência esgotados.

Medidas simples como lazer, atividade física, alimentação saudável e psicoterapia podem prevenir a síndrome de Burnout. Os tratamentos costumam ser psicoterapias como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), considerada clinicamente benéfica por promover um rápido retorno ao trabalho, cujo objetivo é normalizar o estado emocional e promover o pensamento focado, enfrentamento mental, a adaptação à tarefa, a capacidade de neutralizar situações potencialmente problemáticas e corrigir o comportamento desadaptativo. A estimulação bilateral do cérebro (EMDR) é uma outra abordagem psicoterapêutica utilizada para o tratamento do Burnout que desbloqueia memórias dolorosas, dessensibiliza e reprocessa traumas.

Além desses tratamentos, Andrezza Brito também recomendou a prática de Mindfulness que é uma meditação que estimula o estado de atenção ao momento presente e que, no contexto de Burnout pode promover uma reavaliação positiva com relação aos estressores do trabalho e às respostas cognitivo-afetivas a esses estressores, promovendo autocompreensão e aumentando a resiliência mental, restaurando o senso de significado, apesar das adversidades que causaram o esgotamento.

Praticantes de mindfulness apresentam flexibilidade psicológica expandida e um maior controle de experiências internas negativas, passando a se envolver positivamente com o ambiente de trabalho. A encarregada do Setvid e mediadora do evento, Aline Maria, lembrou aos participantes que o TRF1 oferece a prática da meditação virtual mindfulness todos os dias, às 14h, via plataforma Teams. Para participar basta se inscrever pelo e-mail setvid@trf1.jus.br.

Para Andrezza Brito, intervenções pessoais e organizacionais aplicadas simultaneamente podem promover melhores resultados clínicos, por isso é fundamental a atuação do empregador, gestores e colegas a fim de viabilizarem as medidas possíveis que contribuam para a melhora do quadro de Burnout que um colaborador esteja enfrentando. Entre as ações, a médica destacou reformular metas de trabalho, delegar atividades menos importantes, incentivar férias para minimizar o acúmulo de fadiga emocional e cognitiva, diminuir expectativas em relação ao produto final ou reduzir o grau de energia necessário para atividades direcionadas a metas de baixa prioridade.

Andrezza Brito é especialista em Psiquiatria Geral, Psiquiatria Forense e Psiquiatria da Infância e Adolescência pela Associação Médica Brasileira/Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), membro da diretoria da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBR), pós-graduada em Perícias Médicas, membro da Câmara Técnica de Psiquiatra do CRM-DF e mestranda pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Brasília (UnB).

AN

Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal da 1ª Região


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