Maquete dos Blocos "A", "B", "C", "D'' e Praça da nova sede do TRF1
Dispondo de um terreno de 57.600 m² recebido da Secretaria de Patrimônio da União em 2001, localizado no então recém-instalado Setor de Administração Federal Sul (SAF/S), a Presidência do TRF promoveu estudos que mostraram as necessidades da Corte numa perspectiva de 20 anos. Esses estudos foram efetuados a partir de recomendação feita por comissão instituída pela Portaria 25, de 30/03/2005, do Conselho da Justiça Federal (CJF), criada para promover estudos necessários à implantação da ampliação dos TRFs.
Na “Justificação” do projeto original para ampliação (51 membros), consignou-se, entre outros motivos, que “A ampliação dos Tribunais Regionais Federais é medida necessária em face do grande volume de processos e das diversas ampliações ocorridas na Justiça Federal de 1.º Grau. O crescimento do quantitativo de varas federais elevou para 143%, em média, a demanda processual de todos os TRFs entre os anos de 1994 e 2003, enquanto, no mesmo período, houve um crescimento médio de apenas 43% de cargos de juiz nos Tribunais”. Assim, sob a denominação de Programa de Necessidades, e elaborados em conjunto com desembargadores e unidades administrativas do Tribunal, os estudos levaram em conta a ampliação da Corte, com todas as suas implicações, de 27 para 51 membros, atendendo à determinação de anteprojeto de lei encaminhado pelo Conselho da Justiça Federal (CJF) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em novembro de 2005, e apontaram para a construção de uma nova sede, com previsão de construção de 120.000 m².
Em decorrência, no ano de 2006, a Presidência do TRF da 1.ª Região deu o primeiro passo rumo à construção da nova sede ao nomear comissão de magistrados para auxiliá-la nas atividades voltadas para a obra. Por meio da Portaria Presi 600-446, de 31 de outubro daquele ano, a então presidente Assusete Magalhães nomeou os desembargadores Jirair Aram Meguerian, Cândido Ribeiro e João Batista Moreira para, sob a presidência do primeiro, “reunir informações com vistas a subsidiar a Presidência nas atividades necessárias à elaboração do projeto arquitetônico e à construção da nova sede do Tribunal”. A portaria dava à Comissão as seguintes atribuições: acompanhar e avaliar os trabalhos de execução do projeto arquitetônico, acompanhar o processo licitatório da obra e, por fim, acompanhar a compatibilidade entre a execução física e a execução financeira da obra, bem como seu andamento e fiscalização. À Comissão coube, ainda, a revisão do Programa de Necessidades, cujo documento final foi submetido à apreciação e posterior aprovação pelo Plenário da Corte.
Em novembro de 2006, contratado por inexigibilidade de licitação pelo valor de R$ 8,6 milhões, o Escritório de Arquitetura e Urbanismo Oscar Niemeyer S/C Ltda. elaborou os projetos de arquitetura, estruturas e complementos da nova sede. Essa contratação apresentou-se como única solução para superar as limitações de área de construção e gabarito (altura do prédio) impostas pela NGB 41/2000/ GDF*, uma vez que a Portaria 314/92** do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) permite, excepcionalmente, apenas aos autores do projeto de Brasília a apresentação de propostas complementares à NGB.
Em 25 de janeiro de 2007, os técnicos do escritório de arquitetura de Oscar Niemeyer reuniram-se com a Administração do TRF, sob a condução, naquele momento, do então vice-presidente, desembargador federal Carlos Olavo, para apresentar o esboço do projeto, analisá-lo e receber sugestões com vistas à elaboração do desenho definitivo do conjunto arquitetônico.
Em seguida, no dia 9 de fevereiro, a presidente Assusete Magalhães e os desembargadores Cândido Ribeiro e João Batista Moreira, ambos integrantes da comissão instituída para o acompanhamento do projeto e da obra, receberam dos representantes do escritório de Oscar Niemeyer um estudo preliminar relativo à concepção arquitetônica, demonstrando a disposição dos edifícios no terreno e detalhes de cada um deles. Essa foi a primeira das três etapas de elaboração do projeto. A segunda ocorreu em 11 de abril, quando foi apresentada a maquete física e eletrônica do conjunto de prédios, em reunião conduzida pela comissão integrada pelos desembargadores Jirair Aram Meguerian, Cândido Ribeiro e João Batista Moreira. A terceira e última etapa deu-se no início do mês de junho, com a entrega dos desenhos e especificações que compunham os projetos executivos que, submetidos ao exame do Plenário, foram aprovados.
Com a finalidade de informar, dirimir dúvidas, esclarecer e recolher críticas e sugestões da sociedade com vista à elaboração futura de edital de licitação da obra, o Tribunal promoveu a Audiência Pública n.º 1/2007 no dia 15 de junho de 2007. Conduzida pela presidente Assusete Magalhães, a mesa dos trabalhos contou ainda com a participação dos desembargadores membros da comissão de acompanhamento das atividades do projeto e da obra, Cândido Ribeiro e João Batista Moreira, de outros dirigentes do TRF e do representante do escritório de arquitetura. No decorrer da audiência, o diretor-geral do Tribunal, Felipe dos Santos Jacinto, informou que o sítio do Tribunal na internet teria uma página denominada “Construção da Nova Sede”, a qual conteria toda a documentação relativa ao projeto e à obra para consulta pública. Além disso, o dirigente foi indagado sobre o prazo para conclusão das obras e respondeu que a estimativa era de 60 meses.
Em 28 de agosto de 2007, a presidente Assusete Magalhães e os desembargadores Olindo Menezes, que substituíra o desembargador Jirair Meguerian, Cândido Ribeiro e João Batista Moreira, todos membros da comissão de assessoramento da Presidência para acompanhamento do projeto e da obra da nova sede, além do diretor-geral do TRF, Felipe dos Santos Jacinto, estiveram no escritório de Oscar Niemeyer, no Rio de Janeiro (foto), onde receberam das mãos do arquiteto 2.400 plantas que compõem todo o projeto de construção.
Em breves palavras, ao fazer a entrega das plantas, Niemeyer agradeceu a “possibilidade de criar a nova sede para o Tribunal de maneira livre. Ao imaginar a nova sede dessa Corte, eu quis aliar uma arquitetura funcional e moderna, ao mesmo tempo. Esse projeto foi criado com carinho e dedicação da minha equipe e terá inquestionavelmente uma grande importância para Brasília”, considerou o arquiteto Oscar Niemeyer.
(*) Norma de Gabarito de Brasília (NGB) aplicada ao Projeto Urbanístico de Parcelamento dos Lotes 2, 3 e 4 da Quadra 5 do Setor de Administração Federal Sul – SAF/Sul da Região Administrativa Plano Piloto – RA I, consubstanciado no Projeto de Urbanismo – URB 14/01 e Memorial Descritivo – MDE 14/01. A norma regulamenta a ocupação de terreno, dimensões das edificações, usos e atividades permitidas nos diversos setores do Plano Piloto.
(**) Norma que define o que é e como é o projeto original da Capital e de seu conjunto urbanístico. Assegura, particularmente, a manutenção do Plano Piloto de Brasília pela preservação das características essenciais de quatro escalas distintas em que se traduz a concepção urbana da cidade: a monumental, a residencial, a gregária e a bucólica. O tombamento do Plano Piloto feito pelo IPHAN obriga as construções da área central do DF a obedecer às regras criadas pelo urbanista Lúcio Costa.